Vinte anos depois, o tratado entre Mercosul e União Europeia está mais perto do que nunca de sair do papel

Foto: Ricardo Stuckert/PR

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Vnte anos depois, o tratado entre Mercosul e União Europeia está mais perto do que nunca de sair do papel e outras notícias do mercado para começar esta sexta-feira (6).

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, chegou ao Uruguai nesta quinta-feira (5).

Entre a quinta e a sexta-feira (6) acontece a cúpula do Mercosul em Montevidéu, capital do país.

Especialistas acreditam que o tratado de livre comércio entre o bloco europeu e o sul-americano pode estar mais perto do que nunca de sair do papel, após 20 anos de gestação.

A sentença acima poderia colocar Emmanuel Macron, presidente da França, em apuros.

Entenda

A assinatura de um acordo poderia isentar de impostos, em um período de dez anos, mais de 80% das exportações do Mercosul em direção à Europa.

Isso inclui produtos agrícolas, como o café, frutas, suco de laranja e carnes –entre as principais compras dos europeus.

O mesmo para o outro lado, boa parte dos produtos exportados da Europa que vêm para o continente sul-americano teriam tarifas muito menores, e chegando ao zero em uma década.

Os brasileiros, argentinos, paraguaios e uruguaios poderiam comprar produtos como veículos, tecidos, vinhos e farmacêuticos por preços menores.

O acordo divide opiniões entre os países da UE.

Estão a favor: Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia, entre outros.

Eles enxergam vantagens em poder importar produtos primários dos países do Sul por menos dinheiro, e preferem isto do que manter os impostos para exportar seus produtos.

Estão contra: a França, e também Polônia, Holanda e Áustria.

La campagne

A oposição francesa está, em sua maioria, no campo.

Para os agricultores franceses, o acordo criaria uma competição desleal, uma vez que teriam que competir com mercadorias de países fortes na exportação agropecuária.

É provável que os produtos agrícolas sul-americanos, sem os impostos, fiquem mais baratos e sejam preferidos pelos consumidores locais.

Os franceses são profissionais em protestar e estão levando a sério o métier. Entre as manifestações contra o acordo, jogaram esterco em instituições públicas. Os protestos contra o tratado se intensificaram nas últimas semanas.

Crise

A França passa por uma crise política no momento. Na última quarta-feira (4), o então premiê Michel Barnier perdeu o cargo após impor uma nova lei orçamentária. Você entende melhor o caso aqui e aqui.

E agora? Representantes do governo uruguaio afirmaram que a assinatura do tratado deve ocorrer nesta sexta-feira. Entretanto, ele ainda precisa passar pela aprovação dos países da UE e do Mercosul em assembleias. Cenas dos próximos capítulos.

 

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