Vaiado, Netanyahu fala em ‘reconciliação histórica’ entre árabes e judeus

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou nesta sexta-feira (27) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Vaiado no início, Netanyahu fez críticas ao Irã, inimigo histórico de Israel, e falou sobre uma “reconciliação histórica” entre árabes e judeus.

Premiê disse que foi à ONU para ‘falar a verdade’ sobre Israel. Ele declarou que não pretendia comparecer neste ano porque seu país “está lutando por sua vida”, mas precisava “esclarecer as coisas” após ouvir mentiras e calúnias. “Israel busca a paz, Israel anseia pela paz, Israel fez a paz e fará a paz novamente”, afirmou Netanyahu. “Mas temos inimigos selvagens que buscam nos aniquilar”.

“Temos que escolher o que vamos deixar para as próximas gerações: uma benção ou uma maldição. A maldição da agressividade do Irã ou a benção de uma reconciliação histórica entre árabes e judeus”, disse Benjamin Netanyahu, durante discurso na ONU.

IRÃ X ISRAEL

Irã prometeu vingança após ataques atribuídos a Israel em julho. As ofensivas mataram o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e o comandante do Hezbollah, Fuad Shukr. Haniyeh estava em Teerã para a posse do novo presidente iraniano, em 31 de julho, quando foi assassinado. Um dia antes, um ataque em Beirute, no Líbano, causou a morte de Shukr.

Aliados do Irã no Líbano, Iraque e Iêmen participariam da investida. “A República Islâmica está determinada a defender sua soberania (…) e não pede a autorização de ninguém para usar seus direitos legítimos”, declarou em agosto o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Naser Kanani.

Não é a 1ª vez que o país planeja uma retaliação contra Israel. Em abril, o Irã lançou drones e mísseis contra Israel, em resposta a um ataque contra o prédio da embaixada iraniana na Síria em que vários membros do alto escalão da Guarda Revolucionária foram mortos. Na ocasião, o governo israelense estimou que mais de cem drones foram lançados pelo Irã.

Hoje inimigos jurados, Irã e Israel já foram aliados no passado. O Irã, que à época abrigava a maior comunidade judaica do Oriente Médio, foi o segundo país muçulmano a reconhecer o Estado de Israel, criado em 1948. Tudo mudou em 1979, com a República Islâmica, quando o Irã cortou todas as suas relações oficiais com Israel, ainda que alguns laços comerciais informais tenham sido mantidos.

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