TPI emite mandado de prisão contra Netanyahu, ex-ministro da Defesa de Israel e líder do Hamas

Foto: Kobi Gideon /FP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu, nesta quinta-feira (21), mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri, também conhecido como Mohammed Deif.

Os três são acusados de crimes de guerra no conflito em curso no Oriente Médio —Israel, porém, afirma ter matado Al-Masri, também conhecido como Mohammed Deif, durante um ataque aéreo em julho deste ano.

Com a ordem, tanto Netanyahu quanto Gallant podem ser presos caso viajem a algum dos mais de 120 países que são signatários do Estatuto de Roma, tratado internacional que criou o tribunal.

A decisão ocorre após o procurador do TPI, Karim Khan, pedir a prisão dos três em maio por supostos crimes relacionados aos ataques de 7 de outubro de 2023, em Israel, e a resposta militar de Tel Aviv em Gaza.

Khan os acusa de “matar deliberadamente os civis de fome” e de “extermínio e/ou assassinato” na Faixa de Gaza. “Afirmamos que os crimes contra a humanidade acusados foram cometidos como parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil palestina, para cumprir uma política de Estado”, declarou o procurador na ocasião.

Na mesma ocasião, o procurador pediu a prisão de Yahya Sinwar, então chefe do Hamas em Gaza considerado mentor do 7 de Outubro; Ismail Haniyeh, líder político do grupo, exilado no Qatar na época, e Mohammed Deif, comandante das Brigadas Qassam, braço militar da facção.

Khan disse ter “motivos razoáveis para acreditar” que Sinwar, Haniyeh e Deif tenham sido responsáveis pelo “assassinato de centenas de civis israelenses em ataques perpetrados pelo Hamas”.

Todos foram declarados mortos por Israel desde então —o primeiro, durante um ataque terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em outubro; o segundo, durante uma viagem para a posse do presidente do Irã, em julho; e o terceiro, em um ataque aéreo em Khan Yunis, também em julho.

Apenas o terceiro não teve a morte confirmada pelo Hamas, o que fez o tribunal considerar o pedido de prisão contra ele.

Israel não é signatário do estatuto do tribunal sediado em Haia nem reconhece sua jurisdição em Gaza. O TPI, porém, afirma que isso não impede a medida.

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