Terras raras: Brasil tem potencial para agregar R$ 243 bilhões ao PIB

Um novo relatório da Deloitte, em parceria com a AYA Earth Partners, aponta que o potencial inexplorado das terras raras pode transformar a economia brasileira, agregando até R$ 243 bilhões ao PIB nos próximos 25 anos. A análise defende que investimentos estratégicos na extração, processamento e refino desses minerais posicionariam o país como protagonista global na transição energética.

O estudo ressalta que, embora o Brasil detenha 10% das reservas mundiais de minerais essenciais – como nióbio, grafite, elementos de terras raras e níquel – sua participação na produção global é de apenas 0,09%. Especialistas afirmam que avançar na cadeia de valor, com ênfase no refino interno, não só aumentaria os retornos econômicos, mas também reduziria a dependência do domínio chinês no setor.

Entre os cenários apresentados, o primeiro foca exclusivamente no beneficiamento mineral, com uma projeção de acréscimo de R$ 30 bilhões ao PIB até 2030. A ampliação para novas minas e o fortalecimento do processamento podem elevar esse valor para R$ 233 bilhões até 2050, enquanto o desenvolvimento do refino interno alcançaria a marca de R$ 243 bilhões.

Entretanto, desafios significativos persistem. Apenas 35% do território brasileiro foi mapeado para identificar seu potencial mineral, e o licenciamento de projetos de mineração pode se estender por até 16 anos. A carência de uma estrutura regulatória definida dificulta ainda mais o investimento e o avanço do setor.

Analistas defendem a necessidade de políticas e incentivos simplificados para atrair investidores e promover um crescimento sustentável. A demanda global por minerais críticos deve triplicar até 2040, impulsionada por tecnologias de energia limpa – como baterias para veículos elétricos e turbinas eólicas –, o que reforça a relevância estratégica desses recursos.

Enquanto a China se destaca no refino devido a políticas de longo prazo, a matriz energética limpa do Brasil oferece uma vantagem competitiva para a produção de minerais de baixo carbono. Com um planejamento estratégico robusto, o país pode impulsionar sua economia e adotar práticas de mineração sustentáveis. Eventos internacionais, como a COP30 em Belém, poderão ser o cenário ideal para o Brasil evidenciar seu potencial e se consolidar como ator-chave na transição para uma economia verde global.

Fonte: Br61

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