SP tem ruas com postes sem luz e bares com retomada lenta uma semana após temporal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma semana depois do início do apagão que atingiu 3,1 milhões de domicílios na região metropolitana, a maior parte das ruas da cidade de São Paulo tinha situação normalizada. No centro expandido, os problemas de energia eram pontuais e a retomada era tímida em bares que perderam clientes pela falta de luz no último fim de semana.

A rua Catão, na Vila Romana, zona oeste da capital, era uma exceção. Os postes da rua permaneciam apagados na noite desta sexta (18), sete dias depois do temporal, mesmo após o religamento da energia nas casas. Um trecho de quase 500 metros da rua estava no escuro. Na noite de sexta, as rajadas de vento derrubaram uma árvore que caiu sobre um carro e arrancou a fiação dos postes.

“Aqui em casa a luz voltou no mesmo dia, mas a rua completou uma semana assim. Tenho um amigo na rua de cima, a rua Marco Aurélio, que ficou dois dias sem energia”, relatou o administrador Tiago Bernardes, 44, morador da rua Catão. “Algumas casas na rua estão escuras, mas é porque não tem ninguém morando.”

No Bom Retiro, havia uma situação semelhante no cruzamento das ruas Newton Prado e Mamoré, embora não relacionada com a tempestade. Vários postes estão sem luz no cruzamento. O problema começou durante a madrugada desta sexta (18) após a passagem de um caminhão arrancar parte da fiação aérea, segundo o morador Ronald De La Rio, 33.

“Só percebemos o problema quando escureceu. As casas não ficaram sem luz, mas ficamos sem internet durante várias horas, só voltou agora há pouco”, disse De La Rio por volta das 21h desta sexta.

A 1,7 quilômetro de distância, a retomada das atividades era mais fraca do que o esperado num dos bares da Barra Funda, na região central. O bar e lanches Sival ficou quatro dias sem energia e só funcionou com luz de velas e gelo comprado num posto de gasolina para resfriar a cerveja. Nesta sexta, mesmo com luz, o movimento estava menor do que o costume.

“Houve notícia de um novo temporal e acho que as pessoas ficaram com medo de sair de casa”, disse Leide Guimarães, dona do bar. Havia pouco mais de 20 pessoas no local. “Normalmente, enche a rua aqui. Precisamos retomar a atividade porque o movimento na semana passada caiu muito. E os boletos seguem vindo, não atrasam nunca.”

Chuva atrasa atendimento a problemas corriqueiros

O apagão que atingiu a cidade de São Paulo ao longo da última semana afetou o atendimento de todo tipo de problema de distribuição de energia, até os mais corriqueiros, devido à alta demanda dos serviços de manutenção. Na tarde desta sexta, a Folha acompanhou o trabalho de uma equipe de manutenção da Enel SP num desses casos: um reparo na ligação elétrica de uma casa que estava parcialmente sem energia.

O problema é conhecido popularmente como “meia fase”, quando há oscilações no fornecimento e só uma parte das instalações elétricas funciona. Normalmente, seria resolvida no mesmo dia, segundo a Enel, mas durou mais de 24 horas.

O problema começou por volta das 14h de quinta-feira (17), segundo um engenheiro que trabalhou na reforma da casa, e pouco depois das 20h a Enel foi acionada. Uma equipe da concessionária estava no local às 15h30 desta sexta. O problema foi solucionado em cerca de 30 minutos.

“Uma situação como essa é corriqueira, normalmente teria sido atendida ontem mesmo, mas atrasou devido à alta demanda”, disse o supervisor da equipe de manutenção, Luís Carlos Corrêa.

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