Sem luz há 4 dias, moradores fecham ruas em Marsilac

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Moradores de Marsilac, o bairro mais remoto e localizado no extremo sul da cidade São Paulo, fecharam ruas nesta terça-feira (15) e protestam contra a falta de energia na região pelo quarto dia consecutivo.

Grupo fechou a Estrada de Engenheiro Marsilac, na altura do km 47, colocando pneus e entulhos na pista. “A gente está sem energia desde sexta-feira”, disse uma das moradoras ao UOL.

O fornecimento de água na região também foi afetado. “Só vamos sair daqui quando a energia voltar. Queremos energia”, pedem os moradores.

Ninguém vem ajudar a gente aqui. Falam que a prioridade é o centro. A gente é bicho? Ninguém faz nada. A gente tem que ficar com os nossos filhos sem tomar banho, sem fazer uma comida. Chega do serviço cansado, quer tomar um banho para relaxar, não tem nada. A gente vive aqui, a gente paga taxa de luz. Temos o direito de reclamar. Só falam para a gente esperar, esperar até quando?

Cristiele Monteiro, moradora do bairro, em um vídeo publicado nas redes sociais

O bairro fica localizado a cerca de 53 km do centro da capital. Marsilac pertence ao distrito de Parelheiros.

MAIS DE 200 MIL CLIENTES CONTINUAM NO ESCURO

A Enel informou que cerca de 214 mil clientes continuam sem energia na Grande São Paulo. O boletim da concessionária federal foi atualizado na tarde desta terça-feira.

Não há previsão para que a luz volte. Os boletins da empresa não projetam um horário para normalização do serviço. Nessa segunda, o diretor de operações da Enel, Darcio Dias, afirmou que 17 linhas de transmissão foram afetadas e que o trabalho das equipes “não é uma operação simples”.

Técnicos de outras companhias ajudam na operação. Em entrevista na tarde de segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que 400 técnicos de outras concessionárias também viriam a São Paulo para auxiliar no restabelecimento da luz.

Em crítica ao prefeito de São Paulo, ministro afirmou que as quedas de árvores contribuíram para o apagão. Silveira cobrou que Ricardo Nunes (MDB) cuidasse do projeto urbano da cidade e disse que 50% das ocorrências foram causadas por árvores que caíram sobre a rede elétrica. O ministro também deu até quinta-feira (17) para que os problemas de maior volume sejam sanados.

Profissionais da Enel no Chile, Argentina, Itália e Espanha também foram convocados. Eles vão somar ao time de técnicos da empresa em outros estados brasileiros que já estão na capital paulista.

Ventos mais fortes desde 1995. A tempestade que atingiu São Paulo na sexta-feira (11) deixou ao menos sete pessoas mortas na Grande São Paulo. Os ventos, que ultrapassaram 107 km/h, foram os mais fortes em três décadas, segundo a Defesa Civil. As regiões oeste e sul da cidade foram as mais atingidas, assim como Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri.

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