BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A eleição para a Prefeitura de São Paulo baterá um recorde nesta sexta-feira (20) e se tornará a disputa com o maior número de debates na história da cidade. O confronto promovido pelo SBT, site Terra e Rádio Novabrasil, marcado para as 11h15, será o sétimo da atual disputa.
Há ainda outros quatro agendados no primeiro turno, o que deve ampliar para 11 o número de debates, marcados neste ano por outro ineditismo: o de uma agressão física de um concorrente contra outro, ao vivo.
Nas dez eleições anteriores, a disputa com maior número de debates foi a de 2016, vencida no primeiro turno pelo tucano João Doria, ocasião em que os concorrentes se enfrentaram cara a cara por seis vezes.
A com menos confrontos foi a de 1988, vencida por Luiza Erundina (a época no PT), com apenas um, realizado pela Folha de S.Paulo.
O histórico de eventos que reúnem os principais postulantes ao comando da maior cidade do país inclui confrontos acirrados, mas a atual disputa extrapolou limites.
O autodenominado ex-coach Pablo Marçal (PRTB) se destacou desde os primeiros debates pela retórica agressiva, em uma estratégia de causar choque e de produzir material para as redes sociais, campo em que se sobressai em relação aos adversários.
No evento realizado pela TV Gazeta e o Canal MyNews, no dia 1º, ele e José Luiz Datena (PSDB) já haviam discutido, com o apresentador deixando seu púlpito e indo em direção ao oponente, em ameaça de confronto físico.
No debate da TV Cultura, no dia 15, as desavenças descambaram em agressão. Datena golpeou Marçal com uma banqueta do estúdio após uma sequência de discussões entre os dois.
O candidato do PRTB havia provocado o apresentador nos blocos anteriores ao resgatar uma acusação de assédio sexual contra Datena, arquivada em 2019. No ápice da discussão, Marçal chamou o oponente de “arregão” dizendo que ele não teria coragem de cumprir a ameaça de agressão que havia feito no debate anterior. Datena deixou então seu lugar, pegou a banqueta da candidata Maria Helena (Novo) e acertou o adversário.
No último debate, realizado pela TV Gazeta e pelo UOL na terça-feira (17), Marçal novamente esteve em um tumulto, desta vez batendo boca aos berros com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Nos debates ocorridos nas dez eleições anteriores, o acirramento se resumiu a troca de acusações, mas jamais houve confrontos físicos.
Em um dos mais inflamados, por exemplo, em 2000, o ponto alto foi um “cala a boca, Maluf” desferido por Marta Suplicy (PT) contra o então oponente Paulo Maluf (PPB).
Marta, hoje vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), foi a que mais participou de debates na história das eleições à Prefeitura de São Paulo. Foram 21 vezes de um total de 55 realizados de 1985 até esta sexta-feira, considerando os dois turnos de votação.
Após o debate desta sexta, há mais quatro confrontos agendados na cidade de São Paulo antes do dia 6, data do primeiro turno das eleições.
O próximo será nos canais do Flow na internet, na segunda-feira (23). No sábado (28), será a vez da Record. Depois, Folha e UOL promovem o penúltimo debate do primeiro turno, no dia 30, às 10h. O último será na TV Globo, no dia 3 de outubro.
De acordo com pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (19), Nunes (27%) e Boulos (26%) mantêm a liderança, seguidos de Marçal, com 19%.
O candidato do PRTB lidera a rejeição entre os candidatos a prefeito de São Paulo, com 47% dos eleitores declarando que jamais votariam nele alta de 17 pontos percentuais nas últimas seis semanas.