GUILHERME GENESTRETI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dramas são maioria entre os 16 filmes nacionais inscritos para disputar a vaga brasileira no próximo Oscar.
Filmes do gênero totalizam 12 dos inscritos, incluindo “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, e “Nise”, de Roberto Berliner. Também há duas comédias -“Uma Loucura de Mulher”, de Marcus Ligocki Júnior, e “O Roubo da Taça”, de Caíto Ortiz- e dois documentários: “O Começo da Vida”, de Estela Renner, e “Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil”, de Belisário França.
A lista completa foi divulgada na tarde desta segunda (5) pelo Ministério da Cultura. No próximo dia 12, uma comissão formada por nove integrantes será responsável por escolher o filme que representará o Brasil na premiação da Academia.
“A gente confia plenamente na isenção e na capacidade da comissão avaliadora”, declarou o ministro da Cultura, Marcelo Calero, a respeito da comissão.
O ministro se refere à polêmica em torno da composição do comitê. No início de agosto, a coluna “Sem Legenda”, da Folha de S.Paulo, noticiou a controvérsia em torno da nomeação do crítico Marcos Petrucelli para compor o grupo.
Desde que “Aquarius” estreou no Festival de Cannes, em maio, seu diretor é alvo de postagens ofensivas por parte de Petrucelli. Durante o festival francês, o cineasta e a equipe do filme empunharam cartazes contra o impeachment de Dilma Rousseff com os seguintes dizeres: “Um golpe está acontecendo no Brasil”.
Petrucelli escreveu que “vergonha é o mínimo que se pode dizer” do ato.
A nomeação do crítico gerou no meio cinematográfico temores de que o governo Temer estivesse retaliando “Aquarius” pelo protesto anti-impeachment.
Dois dos membros dessa comissão pediram para sair: a atriz Ingra Lyberato e o cineasta Guilherme Fiúza Zenha. E foram substituídos pelos diretores Carla Camurati e Bruno Barreto.
Gabriel Mascaro (“Boi Neon”), Anna Muylaert (“Mãe Só Há Uma”) e Aly Muritiba (“Para Minha Amada Morta”) desistiram de inscrever seus longas para análise da comissão.
Petrucelli que sua contrariedade se limita às posições políticas do diretor e que isso não vai afetar seu julgamento na comissão.
Veja a lista completa:
“A Despedida”, de Marcelo Galvão
“Mais Forte que o Mundo”, de Afonso Poyart
“O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum
“Pequeno Segredo”, de David Schurmann
“Chatô – O Rei do Brasil”, de Guilherme Fontes
“Uma Loucura de Mulher”, de Marcus Ligocki Júnior
“Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho
“Nise – O coração da loucura”, de Roberto Berliner
“Vidas Partidas”, de Marcos Schetchman
“O Começo da Vida”, de Estela Renner
“Menino 23: Infâncias perdidas no Brasil”, de Belisario França
“Tudo que Aprendemos Juntos”, de Sérgio Machado
“Campo Grande”, de Sandra Kogut
“A Bruta Flor do Querer”, de Andradina Azevedo e Dida Andrade
“Até que a Casa Caia”, de Mauro Giuntini
“O Roubo da Taça”, de Caito Ortiz