Relatório da Polícia Federal revela organização e estratégias em tentativa de golpe de Estado no Brasil

Foto: Rafa Neddermeyer/ABr

A Polícia Federal (PF) identificou que os acusados de participar da tentativa de golpe de Estado no Brasil operavam em seis núcleos distintos. A informação consta no relatório em que a PF indiciou, na última semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 36 investigados por tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O sigilo do inquérito foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso. O documento revela a atuação estruturada do grupo com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral e a democracia brasileira.

Os seis núcleos criminosos identificados

1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
Responsável por disseminar notícias falsas sobre as eleições e criar um ambiente favorável ao golpe, o grupo envolvia Mauro Cid, Anderson Torres e outros sete nomes.

2. Núcleo de Incitação Militar
Focado em incentivar militares a aderirem ao golpe, com ataques a comandantes que resistissem, o núcleo incluía Braga Netto e Paulo Figueiredo Filho.

3. Núcleo Jurídico
Dedicado à elaboração de minutas e decretos para sustentar as ações golpistas. Entre os citados estão Anderson Torres e Filipe Martins.

4. Núcleo Operacional
Planejou a manutenção de manifestações em frente a quartéis, incluindo logística e financiamento.

5. Núcleo de Inteligência Paralela
Monitorava autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, para facilitar ações golpistas.

6. Núcleo de Oficiais de Alta Patente
Composto por generais como Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, usava sua influência para sustentar o movimento.

Próximos passos

O relatório foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará se os investigados serão denunciados ao STF. Caso aceitas as denúncias, os acusados poderão responder pelos crimes detalhados pela PF.

Com essas revelações, o caso ganha novas proporções, expondo os bastidores de um esquema articulado para subverter a ordem democrática no Brasil. A expectativa recai sobre a decisão da PGR e as consequências jurídicas para os envolvidos.

Fonte: ABr

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