RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, usou palavras fortes ao falar sobre o líder da Rússia, Vladimir Putin, em um encontro com a imprensa às margens do G20 nesta terça-feira (19).
“Pelo terceiro ano seguido, Putin não participou da cúpula. Ele é o autor de seu próprio exílio, e no milésimo dia da guerra ilegal da Rússia contra a Ucrânia, eu declaro novamente, dê fim a esta guerra. Saia da Ucrânia, neste momento”, disse ele.
Questionado sobre a menção menor ao conflito no Leste Europeu na declaração final do evento, contudo, o premiê desconversou. Disse que usou todas as chances que tinha, tanto no encontro oficial de líderes quanto nas reuniões bilaterais de que participou, mas que o comunicado “obviamente foi negociado por um grupo bastante diverso”, e que o texto ao final era “absolutamente claro” sobre as determinações da Carta da ONU sobre o respeito à soberania e à integridade territorial dos países.
Além disso, acrescentou o líder, o G7 grupo dos países industrializados liderado pelos Estados Unidos publicou seu próprio comunicado sobre o tema no sábado (16). No texto, seus países-membros se comprometem a “impor custos severos à Rússia” por sua guerra contra a Ucrânia.
“Estou on the record [jargão jornalístico que se refere à permissão concedida por um entrevistado para que suas falas sejam reproduzidas e atribuídas a ele por determinado veículo] em relação à minha posição sobre a Ucrânia”, completou.
A declaração de Starmer se dá em um momento de escalada do conflito no Leste Europeu um ataque aéreo de Moscou contra o território ucraniano no domingo (17) levou o presidente dos EUA, Joe Biden, a permitir que Kiev utilize armas de longo alcance para atacar os vizinhos invasores.
A decisão dá margem para Putin acionar a sua cartilha nuclear. O russo ameaçou diretamente os EUA e seus aliados com armas atômicas caso Volodimir Zelenski, o presidente ucraniano, empregasse mísseis ocidentais contra a Rússia.