No Dia Nacional da Pessoa Cega, celebrado nesta sexta-feira (13), a história de superação do professor Léo Augusto Tarilonte Júnior, de 52 anos, ganha destaque. Com apenas 5% de visão, ele é um exemplo de como barreiras podem ser vencidas com dedicação e perseverança. Atuando na rede municipal de Cariacica, no Espírito Santo, Léo é referência em educação especial, transformando a vida de alunos com deficiência visual.
Uma trajetória dedicada à inclusão
Formado em Letras, o professor ingressou na educação especial em 2005 e, desde então, tem se dedicado a alunos com cegueira total, baixa visão ou visão subnormal. Atualmente, ele trabalha na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Euvira Benedito, em Novo Brasil, onde atende um aluno do 5º ano com baixa visão. Lá, adapta materiais e utiliza recursos como o soroban, um instrumento que facilita o aprendizado de Matemática.
“Atendo no contraturno, e nosso foco é adaptar materiais e oferecer ferramentas que ajudem na superação de dificuldades. O uso do soroban, por exemplo, tem sido essencial para o progresso do aluno em Matemática”, explica o professor.
Educação especial como missão
Além do soroban, Léo também utiliza o braille para ensinar alunos com cegueira total. A experiência pessoal e profissional faz dele um agente de inclusão. “Desde que migrei para a educação especial, sempre fui muito bem acolhido nas escolas. Uso braille diariamente, tanto no meu cotidiano quanto para alfabetizar os alunos. A educação especial tem sido bem aceita e valorizada, o que é gratificante”, relata.
Tecnologia a serviço da inclusão
A inclusão também é uma prioridade na Emef Euvira Benedito, que utiliza impressoras 3D para criar materiais didáticos em relevo. Essa tecnologia transforma mapas, gráficos e outros conteúdos em peças táteis, fundamentais para alunos com deficiência visual e também para estudantes com autismo.
A escola faz parte de um projeto mais amplo da Secretaria Municipal de Educação, que equipou 75 escolas municipais com impressoras 3D. O investimento incluiu a formação de professores e a implementação de práticas pedagógicas inovadoras, garantindo que todos os alunos tenham acesso a recursos modernos e inclusivos.
Impacto além da sala de aula
A atuação do professor Léo e a inovação da Emef Euvira Benedito são exemplos de como a inclusão vai além das palavras, tornando-se uma prática concreta que transforma vidas. No Dia Nacional da Pessoa Cega, histórias como essas reforçam a importância de políticas públicas e da dedicação de profissionais comprometidos com uma educação para todos.