Polícia do RJ conclui não ter ocorrido racismo em abordagem a filhos de diplomatas

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil concluiu não ter ocorrido racismo na abordagem a quatro adolescentes, dos quais três negros, feita por policiais militares portando fuzis em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro.

O caso ocorreu no mês passado e envolveu filhos dos embaixadores do Gabão e de Burkina Fasso e de um diplomata do Canadá. O quarto adolescente era um brasileiro branco.

A delegada Danielle Bulus Araújo, da Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista) concluiu que os PMs “não elegeram suspeitos com base na cor da pele”.

Em seu relatório, ela afirma que os agentes “estavam atrás de suspeitos seguindo a descrição de vítimas estrangeiras que tinham acabado de sofrer um crime na praia de Ipanema”.

“Note-se que na abordagem não houve tratamento diferenciado para ninguém. O grupo abordado era composto por adolescentes pretos e brancos. Todos foram revistados, inclusive o adolescente branco teve a revista padrão da bolsa escrotal enquanto um dos menores pretos não sofreu a revista”, afirma o relatório.

De acordo com o documento, os depoimentos dos PMs envolvidos foi corroborado pelas câmeras corporais de outros agentes envolvidos no caso.

O relatório foi enviado ao Ministério Público para análise do caso.

Câmeras de segurança gravaram a abordagem da polícia em uma rua de Ipanema, na quinta (4). Os quatro adolescentes, de 13 e 14 anos de idade, voltavam da praça Nossa Senhora da Paz após jogar futebol e, ao chegar a um prédio, foram empurrados para a garagem e revistados.

Segundo a mãe do jovem branco, os quatro amigos moram em Brasília e estavam no Rio para passar férias, acompanhados dos avós de um deles, em uma viagem planejada havia vários meses.

Ainda de acordo com o relato, os adolescentes foram questionados sobre o que faziam na rua. Os três filhos de diplomatas não entenderam a pergunta, por serem estrangeiros, e não conseguiram responder. O adolescente brasileiro então teria respondido, e em seguida o grupo foi liberado.

O Itamaraty pediu desculpas aos pais dos jovens e divulgou nota pública. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou a postura do órgão.

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