PF encontra coleção de animais empalhados em operação contra garimpo ilegal

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal encontrou uma coleção de 19 animais empalhados durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em São José do Rio Preto (o interior de São Paulo) nesta terça-feira (10).

Dentre a coleção, que inclui hipopótamo, girafa, leão, gnu e búfalo, 12 animais estavam sem documentação adequada e foram apreendidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

O dono da coleção é caçador profissional. Ele é suspeito de integrar um esquema de lavagem de dinheiro do garimpo ilegal de ouro em Mato Grosso e no Pará que já teria movimentado R$ 3 bilhões em quatro anos

A operação Aqua Fortis, deflagrada pela manhã de terça, cumpriu outros oito mandados em São José do Rio Preto e um em São Paulo, e contou com a ação de cerca de 60 agentes.

Segundo a Polícia Federal, as investigações apontam um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresários que faziam comércio ilegal de ouro por meio de empresas de fachada e laranjas.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos investigados no valor somado de R$ 1,3 bilhão.

Ao encontrar a coleção de animais empalhados, a PF acionou a equipe de fiscalização do Ibama, que prestou apoio aos agentes e identificou os animais em situação irregular. O órgão ambiental apreendeu 11 cabeças e partes dianteiras de animais e uma ave taxidermizados.

De acordo com o Ibama, alguns dos animais taxidermizados encontrados são troféus de caça têm certificação de importação emitida pelo Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção).

O Brasil é um dos signatários do Cites, que regula o comércio de espécies ameaçadas por tráfico, como leões e girafas, e estipula documentações rígidas.

De acordo com a documentação encontrada, o leão empalhado foi morto na prática conhecida como “caça enlatada”, na qual animais são criados em cativeiro até atingirem a idade adulta e posteriormente liberados em áreas controladas para serem abatidos por caçadores.

Já a cabeça de girafa encontrada no local não tinha a licença, o que configura importação ilegal. O proprietário da residência, que não estava no local na hora do cumprimento do mandado, também foi notificado pela ausência de uma pele de zebra cuja documentação foi encontrada no local.

O Ibama investiga a procedência dos animais, e se o abate foi realizado de forma lícita nos países de origem -a maior parte no continente africano.

A PF também encontrou armamentos e munições de caça no local. Todo o material recolhido será encaminhado à sede da corporação em São José do Rio Preto.

Os investigados poderão responder os crimes de extração e comércio ilegal de ouro, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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