SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Petrobras espera aval do Ibama para exploração de petróleo na Foz do Amazonas, PIB per capita do Brasil deve ultrapassar pico de 2013 e outras notícias do mercado nesta terça-feira (24).
OTIMISMO TOMA CONTA DA PETROBRAS
A diretoria da Petrobras está otimista com a obtenção da licença ambiental para iniciar a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na costa do Amapá.
O projeto é alvo de embate entre as áreas energética e ambiental do governo Lula, e até a fase inicial de pesquisas depende da liberação do Ibama.
↳ A bacia da Foz do Amazonas faz parte da chamada Margem Equatorial, região que se tornou produtora de petróleo recentemente e se estende por toda a costa norte do Brasil.
↳ A etapa de exploração antecede a produção em si e envolve perfurações para pesquisa.
Nova chance. Após negativas do Ibama em anos anteriores para o início da exploração, a Petrobras alterou pontos do projeto e tomou as providências exigidas pelo órgão.
↳ Uma das mudanças foi a relocação de um centro de resgate de animais de Belém (PA) para Oiapoque (AP), mais próximo de onde o petróleo seria extraído.
↳ A exploração foi defendida pela diretora da estatal Sylvia dos Anjos em um evento do setor no Rio de Janeiro nesta segunda (23).
Quando? A Petrobras espera obter a licença até outubro para aproveitar a disponibilidade de uma de suas sondas de perfuração. Anjos, no entanto, não quis estipular um prazo.
A favor Defensores da exploração na região argumentam que a área tem grande potencial de geração de petróleo, e consequentemente riqueza.
Ela é vizinha de grandes descobertas recentes na Guiana e Guiana Francesa.
Também afirmam que a produção brasileira, em alta nos últimos anos, cairá depois de 2030 e que novos poços precisam ser perfurados para evitar a necessidade de importações.
Outro argumento é de que a Petrobras tem competência para realizar a exploração com baixíssimo risco de acidente ambiental.
↳ A exploração é constantemente defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pela presidente da estatal, Magda Chambriard.
↳ O presidente Lula também é um defensor
e contra. Ambientalistas citam o ecossistema sensível da região como o principal motivo para evitar a exploração. São manguezais em áreas baixas e recifes de corais. A Folha visitou a região. Veja aqui.
Impactos sociais sobre a população local, inclusive a indígena, também são preocupações.
Organizações ambientais defendem que o Brasil deve liderar o fim de novas explorações de petróleo, já que o país se coloca como defensor da transição energética.
Mas O ministro de Minas e Energia afirmou nesta segunda-feira que o Brasil não abrirá mão de explorar novas fronteiras petrolíferas.
O país foi o 8º maior produtor de petróleo do mundo em 2023, extraindo, em média, 3,5 milhões de barris por dia.
O colunista Vinicius Torres Freire discutiu recentemente como esse forte volume de petróleo tem contribuído para a economia do país.
Sob protestos. A defesa da exploração pela diretoria da Petrobras e pelo ministro durante o evento ocorreu enquanto ativistas ambientais protestavam do lado de fora.
Ambientalistas apelidaram o evento de “saldão do fim do mundo” e exibiram o rosto de executivos de petroleiras, entre eles a presidente Magda Chambriard.
ENFIM MAIS RICOS?
O PIB (Produto Interno Bruto) per capita do Brasil deve superar o pico de 2013 e fechar o ano de 2024 em R$ 52.344 um aumento de 2% em relação ao ano passado.
Para isso, no entanto, o país precisa crescer ao menos 2,5% neste ano, algo já considerado certo por economistas do mercado financeiro.
A retomada do patamar máximo de 2013 é reflexo de uma recuperação econômica após as crises de 2015 e da pandemia.
Entenda: o PIB per capita é a medida que melhor indica se um país é efetivamente desenvolvido.
Ele considera o valor das riquezas produzidas em relação ao tamanho da população.
O PIB brasileiro está entre os 10 maiores do mundo, mas o indicador per capita baixo mantém o país fora do grupo de quem tem renda alta.
↳ Em dólares, dados de 2023 do FMI apontam o PIB per capita em US$ 11,3 mil (R$ 55,3 mil).
↳ O valor é inferior à média mundial (US$ 13,8 mil) e ao de vizinhos como Argentina, Chile e Uruguai. A média das economias avançadas é de US$ 58 mil (R$ 284,4 mil).
Melhor do que o esperado. Desde o fim da pandemia, a economia brasileira tem surpreendido positivamente, e neste ano isso deve se repetir.
Dados apontam que a atividade cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024, impulsionada pelo consumo das famílias, do governo e pelos investimentos.
Além do forte crescimento, o tamanho da população em níveis praticamente estáveis também contribui para a melhora do indicador do PIB per capita.
JAPÃO DE VOLTA À GLÓRIA?
Muita coisa mudou na economia mundial nas últimas décadas. A relevância do Japão é um exemplo.
O país despontou no pós-guerra e alcançou o posto de segundo maior PIB (Produto Interno Bruto) no final dos anos 1960, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
↳ Em 1990, quase dois terços dos americanos afirmaram que o investimento japonês nos Estados Unidos representava uma ameaça à independência econômica americana.
↳ Grandes empresas como Toyota, Honda, Toshiba, Canon, Sony, Panasonic, Nintendo e Nissin são exemplos do sucesso japonês.
Sim, mas A estagnação econômica desde os anos 1990 fez com que o Japão fosse ultrapassado pela China em 2010, hoje o grande concorrente geopolítico e econômico dos Estados Unidos. Em 2023, o país perdeu o terceiro lugar para a Alemanha.
A força de outras economias asiáticas, como a da Coreia do Sul, também contribuiu para deslocar o Japão.
Hoje, o país é conhecido por sua inflação até abaixo do desejável, reflexo do fraco crescimento.
De volta ao ringue. O governo japonês lançou recentemente uma política industrial de bilhões de dólares para impulsionar a economia e retomar a inovação.
O foco está em incentivar os setores de baterias, painéis solares e, principalmente, chips semicondutores.
Esses chips avançados são produzidos majoritariamente em Taiwan, Estados Unidos e Coreia do Sul.
↳ A empresa Rapidus Corp. está construindo uma fábrica com apoio do governo japonês, em parceria com a americana IBM.
↳ Recentemente, o Japão também atraiu a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.), a gigante taiwanesa de fabricação de chips, que está construindo uma fábrica com investimentos de parceiros internos, como a Sony.
Parceiros. Japão e Estados Unidos têm reforçado suas relações econômicas e políticas para conter a expansão da influência da China.
O presidente Joe Biden e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciaram este ano o aprofundamento da integração militar, cooperação em inteligência artificial e uma missão lunar conjunta.
DICA DE CARREIRA 🗣️
Estressado, triste ou com raiva? Você não está sozinho.
Uma parcela considerável dos trabalhadores no Brasil convive com sentimentos negativos como estresse, raiva ou tristeza.
Esse cenário foi descortinado pela pesquisa State Of The Global Workplace, da Gallup, consultoria especializada em análise comportamental no trabalho.
Foram questionados 128 mil funcionários, em mais de 160 países. No Brasil, cerca de mil pessoas responderam.
O país ficou em sexto lugar no ranking de estresse de trabalhadores da América Latina. Quando o assunto é raiva e tristeza, está em quarto lugar.
Veja os resultados:
46% dos trabalhadores disseram sofrer estresse diário;
25% afirmam lidar com tristeza todos os dias;
18% sentem raiva diariamente.
Quando devo me preocupar? A newsletter FolhaCarreiras desta semana explica quando esses sentimentos podem ser sinais de alerta e dá dicas para gerenciá-los melhor.
A duração, a intensidade e o impacto das emoções no cotidiano precisam ser acompanhados de perto, de acordo com o psicólogo Wanderley Cintra Jr.
Se prejudicam o sono, a concentração, a motivação, a produtividade, o apetite ou os relacionamentos, é sinal de algo que já não é mais saudável.
O que fazer? Estabelecer limites entre a vida pessoal e profissional, saber dizer não no trabalho e fazer pausas durante o expediente são recomendações dos especialistas para aliviar a pressão e limitar esses sentimentos.
Também é importante reconhecer e permitir-se sentir as emoções para processá-las de maneira saudável.