RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma multidão vestindo preto seguia em direção ao palco Mundo, o maior do Rock in Rio, enquanto Os Paralamas do Sucesso tocavam “Vital e Sua Moto”, que abriu o show da banda às 16h deste domingo (15), conhecido como o dia do rock do festival.
“É uma alegria sobre-humana estar de volta depois daquele dia tão definidor de 40 anos atrás”, disse o vocalista e guitarrista Herbert Vianna, lembrando da apresentação que o grupo fez na primeira edição do evento, em 1985 que rendeu a eles um álbum ao vivo e projetou a banda no Brasil e no mundo.
“Algum de vocês tava lá?”, ele perguntou, recebendo várias mãos para o alto como resposta. “Ah, claro. Vocês são netos dos que estavam, né?”, ele brincou.
Formado por Viana, Bi Ribeiro e João Barone, além dos músicos que os acompanham, o trio aproveitou a uma hora de show para tocar um hit atrás do outro, quase sem respiro entre eles.
Como Lulu Santos, que também fez show animado no mesmo palco e horário neste sábado, 15, os Paralamas tem uma carreira que começou com poucos anos de diferença do lançamento do festival e repertório incrustado na cabeça dos brasileiros.
O vocalista, inclusive, dedicou a Lulu, a quem chamou de “melhor guitarrista que nasceu nessa parte do planeta”, a música “Caleidoscópio”. Disse que seu contemporâneo, ao lado de nomes como Jimmy Page e Jeff Beck, estão entre suas grandes influências.
Músicas como “Lanterna dos Afogados”, “Lourinha Bombril”, “Óculos”, “Aonde Quer Que eu Vá” e “A Novidade” composta com Gilberto Gil quando a maioria do público “nem era nascido”, segundo Viana fizeram a plateia dançar e cantar o tempo inteiro.
Embora cheio de caras jovens, como o vocalista observou, a plateia do Rock in Rio neste domingo tem idade visivelmente superior em comparação aos dos outros dois dias deste primeiro fim de semana do Rock in Rio.
É que hoje ainda passam pelo Parque Olímpico nomes como Journey, o Deep Purple e o Avenged Sevenfold, que viveram seu auge há décadas, e atraem os fãs de bandas mais clássicas.
Embora tenha 40 anos de trajetória e hits concentrados nas décadas de 1980 e 1990, o rock suingado e misturado ao pop e ao reggae e seus subgêneros feito pelos Paralamas está longe de ter parado no tempo.
Seu repertório e performance são uma carta na manga de produtores para garantir um espetáculo eficiente que agrade e anime o público, e fizeram a banda reverberar em uma audiência mais jovem.
Não à toa, os Paralamas têm sido presença recorrente em muitos festivais voltados para um público mais jovem, como o Lollapalooza e o Coala, em São Paulo. Também não à toa, a música que fechou a apresentação, “Meu Erro”, fez pessoas de todas as idades cantarem cada palavra da música e enquanto seguiam para o próximo show.