SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) atrai 83% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e 26% dos eleitores de Lula (PT) no segundo turno à Prefeitura de São Paulo, mostra nova pesquisa Datafolha. Já Guilherme Boulos (PSOL) tem 65% dos apoiadores do presidente e apenas 5% do ex-presidente.
O cenário, em geral, é de estabilidade em relação ao levantamento da semana passada, quando Nunes registrou 85% entre os bolsonaristas e o deputado federal, 63% entre votantes do petista.
A maior variação desta vez ocorreu entre os eleitores que votaram em Lula em 2022 e agora dizem optar por Nunes. Essa parcela oscilou negativamente, de 31% para os atuais 26%, portanto dentro da margem de erro, que é de quatro pontos percentuais para cima ou para baixo nesse segmento.
As mesmas tendências se repetem entre eleitores de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).
A pesquisa mostra que 81% dos que votaram no atual governador nas últimas eleições gerais vão optar pelo emedebista, e 7%, pelo psolista. Já entre apoiadores do atual ministro da Fazenda, a preferência é por Boulos (64%), mas Nunes tem 26%, números parecidos aos da semana passada.
Encomendada pela Folha e pela TV Globo, a pesquisa entrevistou presencialmente 1.204 pessoas de terça (15) a esta quinta (17) e está registrada na Justiça Eleitoral sob o código SP-05561/2024. A margem de erro geral é de três pontos percentuais -e sobe para quatro pontos entre eleitores de Lula e Haddad, e cinco entre eleitores de Bolsonaro e Tarcísio. O nível de confiança é de 95%.
Nunes e Boulos disputam principalmente pelo eleitorado que escolheu o influenciador Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno, concentrado em bairros de classe média das zonas leste e norte da cidade e atraído, entre outras coisas, pelo discurso do empreendedorismo.
Na tentativa de se aproximar do eleitor bolsonarista que migrou para o autodenominado ex-coach, Nunes trocou a ênfase em obras de sua gestão por pautas conservadoras como drogas e aborto nas últimas semanas antes da votação, além de participar de uma série de encontros com pastores e fiéis.
Já o deputado decidiu dar atenção especial às propostas voltadas para trabalhadores precarizados de regiões periféricas da cidade, como motoristas e entregadores de plataformas de aplicativos, além de pequenos e médios empresários.
Em sabatina da Folha/UOL/RedeTV! nesta quinta -à qual Nunes faltou- ele disse que sua campanha “teve a compreensão e a humildade de fazer um mea culpa” sobre não ter atingido o eleitor desse segmento e admitiu que o campo progressista e da esquerda “não dialogou com uma parte importante dos trabalhadores”.