SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que se tornou réu por causar a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52, será levado a júri popular. A data ainda não foi confirmada.
A decisão, do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi publicada neste sábado (28).
O julgamento deve ocorrer no Fórum Criminal da Barra Funda e ser conduzido pelo juiz Roberto Zanichelli Cintra. Sete outras pessoas devem participar.
Sastre é acusado de dois crimes: homicídio por dolo eventual –ter assumido o risco de matar– e lesão corporal gravíssima, por ferir também seu amigo Marcus Vinicius Machado Rocha. As penas somadas podem chegar a 30 anos.
O suspeito está em prisão preventiva desde 6 de maio. Sua defesa já teve negado cinco pedidos de liberdade.
Relembre o caso
A colisão aconteceu na avenida Salim Farah Maluf por volta das 2h no domingo, dia 31 de março. Sastre perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Ornaldo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Um amigo do empresário que o acompanhava, Marcus Vinicius, também saiu ferido.
Sastre foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga. O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.
No dia do acidente, o empresário saiu com a namorada e um casal de amigos, Juliana Simões e Marcus Vinicius. Eles estiveram em um bar, no qual consumiram R$ 620 e, em seguida, em uma casa de pôquer, na qual Fernando ganhou R$ 1.000 e consumiu R$ 400.
No primeiro estabelecimento, eles beberam oito drinques chamado Jack Pork –feito com uísque, licor, angostura e xarope de limão siciliano–, além de uma capirinha de vodca.
Segundo o Ministério Público, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do suspeito, tentou atrapalhar as investigações.
Imagens de câmeras corporais dos PMs que atenderam a ocorrência mostram o jovem ao lado da mãe, por volta das 3h do dia 31 de março. Os dois tentaram deixar o local, mas são impedidos por uma policial militar que afirma que precisa “qualificar” o jovem antes de liberá-lo. “Não pode tirar ele daqui assim”, afirma.
Os agentes, no entanto, não possuíam teste de bafômetro para seguir o procedimento. Após conversar com o motorista, a militar fala com um bombeiro. Este afirma que Sastre estava “um pouco etilizado”.
A mãe do motorista afirmou então às autoridades que levaria ele até o hospital. Porém, quando os PMs foram até o estabelecimento, descobriram que o empresário não havia passado lá.
Sastre foi condenado a pagar dois salários mínimos (R$ 2.824) por mês para a família da vítima. A defesa da família de Viana havia pedido pensão no valor de cinco salários mínimos (R$ 7.060), e o Ministério Público de São Paulo defendeu o pagamento de três salários (R$ 4.236).