SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta segunda-feira Frank Auerbach, aos 93, artista de ascendência judaica que fugiu da Alemanha nazista, se instalou na Inglaterra e se consolidou como um dos mais importantes pintores figurativos do período pós-guerra. A notícia foi divulgada pela galeria Frankie Rossi. Ele estava em sua casa em Londres.
Auerbach ganhou destaque ao pintar retratos e cenas de rua muitos destes em Camden Town, no Reino Unido, onde mantinha um estúdio desde 1954.
Quando Auerbach não estava satisfeito com um trabalho, ele raspava a tinta e recomeçava. Utilizava a técnica do impasto, na qual a tinta é espalhada na tela de forma espessa, deixando marcas dos materiais usados.
“Estou buscando uma nova forma de exprimir algo”, disse em entrevista ao jornal britânico The Guardian. O artista estimou que estimou 95% de suas tintas acabavam no lixo. “Então eu ensaio todas as formas até me surpreender com algo que não havia considerado antes”.
De família judaica, Auerbach migrou de Berlim para a Inglaterra aos sete anos, apadrinhado pela escritora Iris Origo. Seu pai e sua mãe foram mortos em campos de concentração em Auschwitz, na Polônia.
Seu treinamento como pintor começou em Londres, e Auerbach integrou os círculos artísticos compostos por nomes como Fracis Bacon e Lucian Freud. Também fez parte do London Group, do qual faziam parte artistas como David Hockney, Michael Andres e Paula Rego.
Além de ter participado de várias mostras em 70 anos de carreira, Auerbach representou o Reino Unido na Bienal de Veneza de 1986, onde conquistou o prêmio Leão de Ouro. O museu Tate Modern, em Londres, recentemente realizou uma ampla retrospectiva de seu trabalho, em 2015.
Frank Auerbach deixa seu filho, o cineasta Jacob Auerbach.