O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta terça-feira (26) o sigilo do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil. A Polícia Federal (PF) apontou a existência de seis núcleos organizados, responsáveis por ações que visavam desestabilizar a democracia e abolir o Estado Democrático de Direito. Entre os 37 indiciados está o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relatório da PF detalha as estruturas operacionais do grupo, que variavam de ataques ao sistema eleitoral a articulações diretas com militares de alta patente. O documento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde o procurador-geral, Paulo Gonet, avaliará a apresentação de denúncias formais contra os acusados.
Os Seis Núcleos Identificados
1. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
Responsável por disseminar informações falsas sobre as eleições e criar o ambiente propício ao golpe, este grupo incluía figuras como Mauro Cid e Anderson Torres.
2. Núcleo de Incitação de Militares ao Golpe
Comandado por ex-militares e aliados, buscava persuadir oficiais a aderirem às ações golpistas. Entre os nomes citados estão Walter Braga Netto e Paulo Figueiredo Filho.
3. Núcleo Jurídico
Formado por advogados e assessores, o núcleo elaborava documentos jurídicos para fundamentar o golpe, como minutas de decretos.
4. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
Encarregado da logística e financiamento de manifestações em frente a quartéis, mobilizando militares e apoiadores.
5. Núcleo de Inteligência Paralela
Este grupo monitorava autoridades, incluindo o próprio Alexandre de Moraes, com o objetivo de capturá-las após o golpe.
6. Núcleo de Oficiais de Alta Patente
Composto por generais, o núcleo buscava influenciar e apoiar outros grupos na concretização do golpe.
Próximos Passos
O envio do relatório à PGR marca o início de uma nova fase da investigação. Caso a denúncia seja apresentada e aceita pelo STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro e os demais indiciados poderão responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outras acusações.
A retirada do sigilo joga luz sobre um dos episódios mais críticos da recente história política brasileira e reforça a transparência no andamento das investigações.