Médicos debatem uso da IA para melhorar a autonomia de deficientes visuais

Foto: José Cruz/ABr

Tecnologias inovadoras como bengalas inteligentes e sistemas de audiodescrição de objetos e ambientes estão transformando a vida de pessoas com deficiência visual. A aplicação da inteligência artificial (IA) nesses dispositivos será tema central da 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que acontece nesta sexta-feira (14) e sábado (15), em São Paulo.

Durante o evento, especialistas e gestores da saúde discutirão como a IA pode ser aplicada para melhorar a comunicação, locomoção e acessibilidade de pessoas com cegueira ou baixa visão. Além disso, o encontro abordará os desafios éticos e técnicos envolvidos no uso dessas tecnologias, incluindo questões como privacidade e imparcialidade no tratamento dos dados dos usuários.

De acordo com o CBO, as tecnologias assistivas na oftalmologia abrangem uma gama de recursos, dispositivos e sistemas criados para promover maior independência e qualidade de vida para deficientes visuais. Normalmente, esses dispositivos são projetados para executar funções específicas, ajudando em tarefas cotidianas.

“Com o auxílio da IA, soluções inovadoras estão oferecendo suporte visual, permitindo que as pessoas com deficiência visual possam obter descrições de imagens, objetos e textos sem precisar de um voluntário. Esses sistemas analisam fotos enviadas pelos usuários e fornecem descrições detalhadas, facilitando atividades como leitura de rótulos, identificação de objetos e reconhecimento de ambientes”, explica o CBO.

Um exemplo dessa inovação são as bengalas inteligentes, que combinam sensores com conectividade com smartphones. Elas são capazes de detectar obstáculos e emitir orientações por meio de comandos de voz, oferecendo maior segurança aos usuários durante a locomoção em ambientes urbanos.

“A IA desempenha um papel crucial na identificação de pontos de interesse e na adaptação a novos ambientes, proporcionando maior facilidade na mobilidade”, destaca o CBO.

No entanto, apesar dos avanços, o CBO alerta para os desafios éticos e técnicos que envolvem o desenvolvimento e a aplicação dessas ferramentas. “Dispositivos de audiodescrição gerados por IA podem inadvertidamente reforçar preconceitos, caso não sejam alimentados com dados objetivos e imparciais”, adverte o conselho.

Este debate será essencial para moldar o futuro das tecnologias assistivas, buscando garantir que a inovação seja benéfica, segura e acessível para todos.

 

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