Brasília, 12 de novembro de 2024 – A transição para fontes de energia limpa é essencial, mas quais são os planos para os materiais dessas tecnologias ao final de sua vida útil? Com a COP30 se aproximando, especialistas em economia circular, como a pesquisadora Beatriz Luz, destacam o alerta: o destino dos materiais de energias renováveis, como painéis solares e turbinas eólicas, precisa de planejamento. Beatriz, que preside o Instituto Brasileiro de Economia Circular, defendeu, durante o Brazilian Circular Hotspot em Recife, a integração da circularidade no desenvolvimento tecnológico para evitar problemas futuros.
Durante o festival REC’n’Play, a pesquisadora lembrou que a lógica da reciclagem e da economia circular deve nortear as decisões de inovação para combater as mudanças climáticas. “Não se pode desenvolver novas tecnologias sem pensar no que acontecerá com os materiais depois de sua vida útil”, afirmou.
Para ela, a economia circular traz soluções para reduzir resíduos, proteger a biodiversidade e regenerar o planeta. A abordagem defende a recuperação e reutilização de recursos, criando um “modelo mental” novo para a produção e o consumo. “É fundamental que políticas públicas incentivem produtos circulares e que a indústria perceba as oportunidades de utilizar materiais recicláveis”, diz Beatriz. Países europeus já adotaram essa legislação, tornando as empresas responsáveis pelo descarte sustentável de seus produtos.
Financiamento e Apoio Internacional
No evento, o economista ambiental alemão Arno Behrens, do Banco Mundial, apontou que a circularidade é tão importante quanto o combate às mudanças climáticas. Ele defendeu que os bancos multilaterais financiem soluções de economia circular, com impacto direto na redução de emissões de CO₂ em até 7% até 2030.
Brasil no Holofote da Sustentabilidade Global
Outro destaque do evento foi a participação do especialista finlandês Kari Herlevi, que vê o Brasil como um exemplo de inovação e sustentabilidade. Segundo ele, o Brazilian Circular Hotspot oferece uma plataforma estratégica para a COP30, que ocorrerá em Belém em 2025, promovendo soluções brasileiras e tropicais que podem servir de modelo para o mundo.
Com a economia circular no centro das discussões, a COP30 terá um papel crucial na redefinição das estratégias para um futuro sustentável.