Lula lamenta morte de Ary Toledo e relembra críticas do artista à ditadura

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) lamentou neste sábado (12) a morte do humorista Ary Toledo, aos 87 anos. Ao prestar homenagem ao artista nas redes sociais, o petista relembrou as críticas de Toledo à ditadura militar.

Lula usou as redes sociais para exaltar o talento de Ary Toledo. “Humorista, cantor, músico, compositor, teatrólogo, ator e dublador. O comediante paulista Ary Toledo exerceu inúmeras atividades culturais. Em comum entre elas, o seu talento”, escreveu o presidente no X.

Presidente fez recordação sobre uso do humor por Toledo contra a ditadura. “Seu humor o levou a ser preso pela ditadura militar após a piada ‘Quem não tem cão, caça com gato. Quem não tem gato, caça com ato’, em relação ao Ato Institucional número 5, que instituiu o regime.”

Humorista é velado em São Caetano do Sul, no ABC paulista. Ary Toledo será cremado após a cerimônia de despedida. Nas redes sociais, diversos famosos e amigos de Ary lamentaram. “Que notícia triste! Uma grande referência para mim. Gravamos recentemente o Programa do Ratinho e ele elogiou o meu humor e minhas piadas. Descanse em paz. Você nos fez sorrir muito”, afirmou o jornalista do SBT Darlisson Dutra.

QUEM FOI ARY TOLEDO

Nascido em Martinópolis, no interior de São Paulo, Ary Toledo se mudou para a capital paulista aos 22. Naquela época, começou a trabalhar como ator no Teatro Arena e, aos 27, passou a dedicar sua vida à carreira humorística.

Além de humorista, Ary também teve uma carreira como cantor e compositor. Lançou seu primeiro trabalho musical em 1965, um álbum chamado “Ary Toledo No Fino da Bossa”. O disco foi impulsionado pelo sucesso da música “Tiradentes”.

Em sua empreitada na música, chegou a se destacar com a música “Pau de Arara”, uma composição de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra. Por conselho do próprio Vinicius, decidiu deixar as canções de lado e se dedicar ao humor.

Durante a pandemia de covid-19, Ary falou sobre sua rotina. Na época, ele contava com a ajuda de uma cuidadora, uma secretária e um enfermeiro. “Não tive filhos, mas não esquento”, disse ao Extra. Ele foi casado com a atriz e cantora Marly Marley, morta em 2014, por 40 anos.

Ary chegou a afirmar que passou fome no início da carreira e desmaiou no palco. “Estava sem dinheiro para comer”, disse em entrevista para a RedeTV!. “No intervalo, cuidaram de mim, me deram comida, um sanduíche”. Ele se sentiu melhor depois do apoio, e terminou sua parte na peça.

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