Líbano tem novas explosões um dia após ataque aos pagers

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia depois do inédito e engenhoso ataque a pagers de membros do Hezbollah, o Líbano registrou nesta quarta (18) mais explosões em diversas cidades. Segundo a mídia local, os alvos parecem ser walkie-talkies usados pelo grupo fundamentalista xiita.

Segundo a agência Reuters, houve explosões relatadas na capital, Beirute, nas cidades de Nabatieh, Tiro e Sídon, no sul do país. Não há ainda relato de vítimas, mas ambulâncias são ouvidas nas regiões afetadas, segundo jornalistas locais.

O ataque de terça (17) deixou ao menos 12 mortos e 2.800 feridos, 300 deles em estado grave, segundo o Ministério da Saúde do Líbano.

Ele foi atribuído pelo Hezbollah, que apoia o grupo terrorista palestino Hamas em sua guerra contra Israel, ao Estado judeu. O governo libanês fez a mesma acusação, que não foi nem confirmada, nem desmentida por Tel Aviv.

A ação tem o DNA dos serviços de segurança de Israel, que ao longo de décadas aperfeiçoaram métodos para atingir seus adversários de forma focada. Foi assim com um dos arquitetos do ataque terrorista palestino contra a delegação israelense nas Olimpíadas de Munique (1972), assim como o principal construtor de bombas do Hamas, em 1976.

Mas o escopo do ataque de terça é inédito. Segundo as informações iniciais, foram plantados explosivos em cerca de 3.000 pagers comprados cinco meses atrás pelo Hezbollah de uma fabricante taiwanesa. Ela e o governo dos EUA, aliado de Israel, negaram participação no episódio.

Os aparelhos obsoletos eram usados para a liderança enviar ordens de ataque a Israel a seus militantes no sul do país sem permitir que sua posição fosse revelada a drones ou artilharia de precisão.

Os lançadores vinham sendo atingidos antes de disparar porque Tel Aviv triangulava sua posição quando os integrantes do Hezbollah se comunicavam por smartphones, que são equipados com dispositivos de localização por satélites GPS inexistente nos antigos pagers.

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