Inadimplência empresarial atinge 6,9 milhões de empresas em 2024, aponta Serasa Experian

Dados do Indicador de Inadimplência da Serasa Experian revelam que o ano de 2024 fechou com 6,9 milhões de empresas inadimplentes no Brasil, o que equivale a 31,6% do total de companhias ativas no país. Em comparação com dezembro de 2023, houve um aumento de 300 mil negócios negativados, refletindo os desafios econômicos enfrentados por diversos setores. O setor de Serviços foi o mais impactado, representando 55,3% das empresas com débitos.

O Comércio também contribuiu significativamente para o índice, correspondendo a 35,4% do total de empresas inadimplentes. Além disso, as Indústrias representaram 8,0% do total, enquanto o setor Primário ficou com 1,0%, e Outros setores somaram 0,3%.

O levantamento destacou ainda que, em dezembro de 2024, o setor de Serviços concentrou a maior parte das dívidas, com 31,6% do total. Por outro lado, o segmento de Securitizadoras foi o menos afetado, registrando apenas 0,7% de inadimplência.

Estados com maior e menor inadimplência

Em relação à distribuição geográfica, Alagoas liderou o ranking de estados com mais empresas negativadas, registrando 41,0% de inadimplência entre as companhias locais. O Distrito Federal apareceu em segundo lugar, com 39,8%, seguido pelo Pará, com 39,2%.

Por outro lado, Espírito Santo (25,1%), Piauí (24,9%) e Santa Catarina (24,2%) foram os estados com menor proporção de empresas inadimplentes, destacando-se pela menor incidência de negócios com contas em atraso.

Dívidas acumuladas e perfil dos devedores

De acordo com a Serasa Experian, as dívidas atrasadas das empresas somaram R$ 50,2 milhões em dezembro de 2024, totalizando R$ 150,6 bilhões em débitos acumulados. Em média, cada empresa inadimplente possuía 7,2 boletos em atraso, com um valor devido de R$ 21.678,10.

Os micros e pequenos negócios foram os mais afetados, representando a maior parcela dos devedores. Do total de empresas negativadas, 6,5 milhões eram micro e pequenas empresas, evidenciando a vulnerabilidade desses negócios em um cenário econômico desafiador.

Impacto na economia e perspectivas

O aumento da inadimplência empresarial reflete as dificuldades enfrentadas por diversos setores da economia, especialmente em um contexto de inflação persistente, custos elevados e recuperação lenta pós-pandemia. O setor de Serviços, que inclui atividades como turismo, alimentação e transporte, foi particularmente impactado, enquanto o Comércio também enfrentou pressões significativas.

Especialistas alertam que a alta inadimplência pode gerar efeitos em cadeia, como redução de investimentos, demissões e fechamento de empresas, impactando ainda mais a atividade econômica. Para reverter esse cenário, são necessárias políticas de apoio às empresas, especialmente às micro e pequenas, que são as mais vulneráveis.

O indicador serve como um alerta para a necessidade de medidas que estimulem a recuperação econômica e a redução dos índices de inadimplência nos próximos anos.

 

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