Greenpeace interrompe palestra de secretário-geral da Opep no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ativistas do Greenpeace invadiram apresentação do secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Haitham Al Ghais em evento do setor nesta terça-feira (24) no Rio de Janeiro.

Com cartazes escritos “transição energética justa” e “planejando catástrofe ambiental”, os ativistas interromperam o início da apresentação de Al Ghai na maior conferência sobre petróleo no Brasil.

Al Ghay se preparava para lançar, pela primeira vez fora da sede da Opep, em Viena, o documento anual de projeções sobre o consumo de energia. A apresentação foi interrompida, com corte no fornecimento de energia.

“O que adoro quando estou no Brasil é a energia desse país Todo o tipo de energia. Até aquela energia”, comentou o secretário-geral da Opep, para depois brincar sobre a falta temporária de energia.

“O que isso mostra é que não tem bastante eletricidade aqui. Vamos precisar de muito mais petróleo para o futuro”, afirmou. O documento divulgado nesta terça diz que a demanda de petróleo continuará crescendo em todo o mundo até 2050.

Em vídeo, a Opep afirma que as expectativas de que a demanda atingirá um pico e começará a cair estão erradas. “Narrativas unilaterais e polarização não ajudam ninguém”, afirma.

O evento que recebia Al Ghais reúne as maiores petroleiras globais com negócios no Brasil, entre elas gigantes americanas e europeias. Foi alvo de protestos também na segunda (23) por parte de outras organizações ambientalistas.

Elas lançaram campanha em que questionam os elevados salários dos executivos das principais operadoras do mundo. “Eles lucram, a gente sofre”, dizem peças espalhadas pela cidade. Em 2022, por exemplo, o CEO da ExxonMobil, a maior petroleira americana, recebeu US$ 32 milhões entre salários e bônus.

“As grandes empresas de petróleo deveriam priorizar investimentos para as soluções energéticas capazes de reduzir a demanda por óleo e gás e incluir em seus planos estratégicos o cronograma e os recursos para descontinuar o uso do petróleo”, afirmou Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente).

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também é alvo dos protestos, ao apresentar o país como líder na transição energética ao mesmo tempo em que incentiva a abertura de novas fronteiras para a exploração de combustíveis fósseis no país.

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