CIDADE DO VATICANO – O Vaticano criticou nesta quarta-feira as Nações Unidas por interferirem nos ensinamentos morais da Igreja após um relatório criticar posições da Santa Sé em relação ao homossexualismo, contracepção e aborto. O relatório publicado pela ONU nesta quarta-feira afirma que a Santa Sé dece modificar suas normas sobre o aborto e difundir educação sexual nas católicas para garantir os direitos das crianças e seu acesso ao cuidado médico.
Em nota, o Vaticano diz que mantém seu compromisso de defender e proteger os direitos das crianças, mas rejeita o intento da comissão de “interferir no magistério da Igreja Católica sobre a dignidade da pessoa humana e no exercício da liberdade religiosa”.
Nas conclusões de um relatório devastador, publicado nesta quarta-feira, o comitê de Direitos da Infância das Nações Unidos pediu à Santa Sé para “afastar de imediato de suas funções todos os autores conhecidos e suspeitos de abusos sexuais de crianças, assim como denunciá-los às autoridades competentes para que os investiguem e sejam processados”. O documento também criticou severamente a Igreja Católica por suas atitudes em relação à homossexualidade, à contracepção e ao aborto e pediu que suas políticas para garantir os direitos das crianças e o seu acesso aos cuidados de saúde sejam revistas.
Após a divulgação do documento, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, rebateu as críticas e afirmou que o Vaticano enfrenta os casos de pedofilia com transparência, e prova disso é que, nos próximos dias ou semanas, irá explicar o funcionamento da comissão criada para prevenir abusos sexuais contra crianças pelo clero.