SÃO PAULO. O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) usou uma saída secundária da Escola Estadual Professor Milton Rodrigues, na Freguesia do Ó, em São Paulo, para evitar o contato com a imprensa depois de evento realizado nesta segunda-feira.
Seria a primeira entrevista do governador depois da apresentação, pelo Ministério Público Federal (MPF), de denúncia contra 12 investigados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, relativos a um aditivo de contrato firmado em 1998 pela multinacional francesa Alstom com uma companhia de energia do governo de São Paulo.
Segundo a denúncia, o pagamento de propina a funcionários públicos do Estado ocorreu entre 1998 e 2003, durante as gestões do ex-governador Mário Covas e e do atual, Geraldo Alckmin, durante sua primeira gestão. Em valores corrigidos, a comissão paga para evitar licitação da construção de estações de transmissão de energia foi de R$ 23,3 milhões, em valores corrigidos.
Na manhã desta segunda-feira Alckmin percorreu salas de aula e conversou com alunos durante ato de anúncio de ampliação do Programa Escola de Tempo Integral no estado. Ao ser abordado por jornalistas com perguntas sobre o caso Alstom, o governador afirmou que daria declarações ao fim do evento.
A estrutura de entrevista coletiva foi montada no principal corredor de acesso à escola e a imprensa foi convidada a aguardar o governador neste local. No entanto, Alckmin despistou os jornalistas e deixou o edifício enquanto o secretário de Educação, Herman Voorwald, concedia entrevista.
A denúncia apresentada pelo MPF é a primeira de caráter criminal envolvendo uma empresa do cartel dos setores de energia e metroferroviário, por práticas que são investigadas desde 2008. Contratos da Alstom com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também são alvo de outro inquérito, ainda em curso.