RIO – As vendas no varejo brasileiro registraram alta de 0,7% em novembro, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira. No ano, a alta acumulada é de 4,3% e, em 12 meses, de 4,4%. A receita nominal, em novembro do ano passado, cresceu 1,1% sobre outubro, acumulando alta de 12% entre janeiro e novembro, e de 11,9% em 12 meses.
As maiores altas nas vendas, segundo o IBGE, ocorreram nos segmentos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,6%); tecidos, vestuário e calçados (1,5%); móveis e eletrodomésticos (1,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,1%); e combustíveis e lubrificantes (1,1%). Somente os equipamentos de escritório, informática e comunicação apresentaram queda, de 2,1%.
O segmento de artigos farmacêuticos apresentou a maior variação na receita nominal, junto com tecidos, vestuário e calçados e de móveis e eletrodomésticos: 1,9%. Já os supermercados, hipermercados, alimentos, bebida e fumo avançaram 1,4%. O recuo na receita dos equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação foi de 2,9%.
Em outubro, as vendas do setor tiveram avanço de 0,2%, completando uma sequência de oito resultados positivos. Na ocasião, analistas apontaram que o comércio poderia estar enfrentando uma perda de fôlego diante do endividamento das famílias, da diminuição do crédito e do aperto nos juros.
No início do ano, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revelou que o endividamento das famílias cresceu 7,5% em 2013, alcançando o segundo maior patamar da série história da pesquisa, iniciada em 2011. Segundo o levantamento, 62,5% das famílias relataram ter dívidas em modalidades como cartão de crédito, cheque especial e financiamento, o que acaba afetando o poder de consumo.
Para 2014, a tendência é que o consumo seja impactado pelos juros cada vez mais altos. Para combatar a inflação elevada, o Banco Central elevou, nesta quarta-feira, a Taxa Selic para 10,5%. Foi a sétima alta consecutiva, com a expectativa de que o aperto continue durante o ano, como uma forma de frear o consumo e sua pressão sobre a alta dos preços.