SÃO PAULO – Subiu para 12 o número de mortos na cidade paulista de Itaóca, no interior de São Paulo, que sofreu com fortes chuvas no último domingo, segundo a Defesa Civil do estado. De acordo com a Globonews, a cidade decretou estado de calamidade pública.
Segundo a Defesa Civil do estado, cerca de cem moradias foram afetadas com as inundações e 83 famílias (ou 332 pessoas) estão desalojadas. Vinte pessoas estão abrigadas na Escola Municipal Elias Lages de Magalhães. Ainda há pessoas desaparecidas, mas a Defesa Civil não confirmou quantas estão nesta situação. Várias famílias ficaram ilhadas e bairros estão isolados. Por isso, um helicóptero da Polícia Militar está sendo usado no reconhecimento do terreno.
Para ajudar na recuperação da cidade, o governo do estadol anunciou a construção emergencial de 90 casas e a reconstrução de uma ponte que dá acesso à cidade, que foi destruída.
– Houve uma chuva de 200 mm, localizada. Não foi nem na cidade, foi na serra. Então, o deslizamento da serra moveu árvores, que vieram com as águas.Quando chegou à cidade, a ponte foi quase que um dique, que causou todo este problema – disse o governador.
Segundo Alckmin, a ponte era antiga, com muitas pilastras. A nova ponte será feita com concreto armado, mais alta e com arco, sem nenhum pilar.
Uma força-tarefa do Corpo de Bombeiros com 15 homens, quatro cães farejadores e cinco carros, está auxiliando os trabalhos de ajuda à cidade. Um Posto de Comando Unificado foi instalado na cidade, onde trabalham o coordenador estadual de Defesa Civil coronel PM Marcos Aurélio, equipes da Defesa Civil Estadual e do Instituto Geológico. A Secretaria de Saúde enviou médicos e enfermeiros com vacinas e remédios para atender a população afetada.
Uma segunda remessa de produtos de higiene e limpeza, além de colchões, será enviada de São Paulo e Registro para a cidade.
As cidades de Apiaí e Ribeira, vizinhas a Itaóca, disponibilizaram caminhões e retroescavadeira, para ajudar no trabalho de limpeza e desobstrução das ruas. A companhia estadual de água e esgoto, Sabesp, mandou um caminhão-pipa para limpeza das ruas e água potável.
Carlos Pereira Filho, assessor jurídico da prefeitura de Itaóca, disse, em entrevista à Globonews, que vários prédios públicos foram danificados.
– A prefeitura perdeu documentação e papéis de contabilidade. O cartório e a delegacia de polícia foram danificados. Estamos usando igrejas e escolas como apoio. O nível da água baixou, mas há tronco gigantescos que caíram na área central da cidade, impossibilitando os carros de passar. Há um metro de lama na cidade – disse o assessor.
Segundo ele, afluentes do rio Ribeira que passam por dentro da cidade inundaram a cidade, mas nesta terça-feira a água deles voltou às calhas naturais.
A Defesa Civil do Estado informou que pancadas de chuva de intensidade moderada devem ocorrer na tarde desta terça-feira em Itaóca.
As chuvas provocaram queda de três barreiras, dificultando o acesso à cidade. A cidade ficou sem energia elétrica por algumas horas, e ela só foi restabelecida no final da manhã de segunda. O centro da cidade ficou inundado.
A cidade de Itaóca fica perto da divisa com o Paraná e do rio Ribeira, que teria subido 1,5 metros. Segundo a TV Globo, com a chuva forte, um reservatório de óleo diesel se rompeu, formando uma grande mancha no rio Ribeira. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), do governo do estado, está preocupada com a contaminação de cidades vizinhas, pois há informações de que a mancha chegou à cidade de Iporanga e teria provocado a morte de vários peixes.
Na segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin foi a Itaóca acompanhar os trabalhos de recuperação e limpeza da cidade e decidiu permanecer na região. Nesta terça-feira, ele acompanhará a desobstrução do rio Palmital, que transbordou e atingiu a cidade.