Fazenda prevê queda na inflação dos alimentos até o fim do ano, impulsionada por cenário climático favorável e safras recordes

Foto: Marcelo Camargo/ABr

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou, nesta quinta-feira (13), projeções macroeconômicas para o Brasil em 2025, com destaque para a expectativa de queda na inflação dos alimentos até o final deste ano. Entre os fatores que contribuem para essa projeção estão um cenário climático mais favorável, safras recordes de grãos e o fim da reversão do ciclo de abate de bovinos, que impactou os preços da carne em 2024.

De acordo com Raquel Nadal, subsecretária de Política Macroeconômica, a combinação de uma safra robusta de soja, arroz e feijão, aliada à neutralidade climática prevista a partir de março, deve ajudar a conter os preços de cereais, leguminosas, derivados da soja, frutas e hortaliças. “Estamos vendo condições climáticas mais estáveis, o que tende a beneficiar a produção agrícola e, consequentemente, reduzir a pressão sobre os preços dos alimentos”, explicou Nadal.

Impacto do preço da carne na inflação

O comportamento dos preços da carne em 2025 terá um papel central na trajetória da inflação dos alimentos. A subsecretária destacou que o fim da reversão do ciclo de abate de bovinos – período em que vacas são destinadas ao abate após a retenção para procriação – deve aumentar a oferta de animais no mercado, levando a uma desaceleração nos preços.

“O impacto mais significativo da reversão do ciclo de abate já ocorreu em 2024. Agora, a tendência é de desaceleração nos preços da carne. Se em 2024 o preço da carne subiu cerca de 20%, este ano esperamos uma inflação menor nesse segmento”, afirmou Nadal.

Safras e clima como aliados

A subsecretária também ressaltou que eventos climáticos adversos, como estiagens e queimadas no segundo semestre de 2024, impactaram os preços de produtos como café e leite. Já a alta no preço da laranja foi atribuída ao greening, doença que afeta a produção de cítricos.

No entanto, as condições climáticas mais favoráveis para 2025, somadas às safras recordes de grãos, devem ajudar a equilibrar os preços. “A produção agrícola está em um patamar elevado, o que contribui para a estabilidade dos preços dos alimentos”, completou Nadal.

Cenário macroeconômico para 2025

A Secretaria de Política Econômica projeta um aumento de 4,8% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025, patamar similar ao observado em 2024. A inflação dos alimentos, que teve um peso significativo no índice no ano passado, deve perder força com a melhora na oferta de produtos agrícolas e a desaceleração nos preços da carne.

Em 2024, o choque nos preços dos alimentos foi impulsionado principalmente pela reversão do ciclo de abate de bovinos, que reduziu a oferta de carne no mercado interno. Somado ao forte crescimento das exportações, esse movimento levou a um aumento de mais de 19% nos preços da carne bovina. “Se excluíssemos a carne bovina do cálculo da inflação, a inflação dos alimentos teria ficado em 6,2% em 2024, em vez de 8,2%”, destacou Nadal.

Perspectivas para o consumidor

Com a expectativa de queda na inflação dos alimentos, o consumidor deve sentir um alívio no orçamento doméstico, especialmente em itens básicos como arroz, feijão, óleo e carnes. A melhora no cenário climático e a maior oferta de produtos agrícolas são fatores que devem contribuir para a estabilidade dos preços nos próximos meses.

A projeção do Ministério da Fazenda reforça a importância de políticas que garantam a sustentabilidade da produção agrícola e a estabilidade dos preços dos alimentos, elementos cruciais para o controle da inflação e a manutenção do poder de compra da população.

Fonte: Ministério da Fazenda

Compartilhe:

Últimas Notícias
Editorias