2023 foi um ano bem melhor do que o esperado, diz Campos Neto sobre crescimento e inflação

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (5) que o ano de 2023 foi melhor do que o previsto, com surpresa positiva do crescimento da atividade econômica e inflação convergindo em direção às metas.

“A gente tinha projeções de crescimento de 0,5%. Eu tive de escutar várias vezes ao longo do ano que o crédito ia colapsar, que os juros iam fazer as empresas quebrarem, que o desemprego ia explodir. Não aconteceu nada disso, ao contrário”, disse Campos Neto em evento da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo).

“O crédito subiu e está saudável, a inadimplência está caindo na ponta, o crescimento está acima de 2,5%, o desemprego está perto dos mínimos nos últimos tempos”, acrescentou.

Segundo dados divulgados nesta terça pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil perdeu força no terceiro trimestre deste ano, mas ainda apresentou leve variação positiva de 0,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores.

De acordo com o presidente do BC, o país tem pela primeira vez em muitos anos uma inflação de serviços abaixo da dos Estados Unidos, o que abre espaço para a autoridade monetária brasileira continuar reduzindo juros –hoje a taxa básica (Selic) está em 12,25% ao ano.

Apesar do cenário positivo neste ano, Campos Neto vê desafios adicionais para o país em 2024. “A gente vai entrar em um momento de desaceleração global, isso vai impactar o Brasil, já está impactando na margem. A gente vai entrar em um período em que a liquidez vai ficar mais restrita, é mais importante fazer o dever de casa”, afirmou.

O chefe da instituição reforçou que o ritmo de cortes de juros de 0,5 ponto percentual é o mais apropriado olhando duas reuniões à frente e que, embora o cenário esteja se encaixando mais ou menos dentro do esperado pelo BC, a batalha não está ganha e é preciso perseverar no combate à inflação.

Ele ponderou, contudo, que tudo pode ser reconsiderado na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) na semana que vem, quando o colegiado do BC irá analisar o cenário. Desde o último encontro, em novembro, disse ver mudanças marginais no cenário econômico.

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