Em menos de 3 meses, casos de dengue já atingiram 45% do total de 2023 no ES

Miguel Duarte Neto participa de audiência pública de prestação de contas na Ales. Foto: Lucas S. Costa/Ales

Apesar de estarmos apenas no 3º mês de 2024, o número de casos da dengue já corresponde a quase metade dos registros feitos em todo o ano de 2024. Os dados foram divulgados pelo titular da Saúde do Estado, Miguel Paulo Duarte Neto, em audiência pública de prestação de contas na Assembleia Legislativa (Ales) nesta sexta-feira (22).

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em 2023 houve 191.136 notificações da doença, contra 87.622 casos até a semana epidemiológica 11 de 2024 (16 de março), o que representa 45% das notificações do ano passado. Quando comparados os mesmos períodos de 2023 e 2024, constatam-se este ano 34.241 casos a mais (no ano passado foram 53.381 ocorrências). 

“Não é normal a gente ter duas epidemias de dengue seguidas”, avaliou o secretário. “Mas nesse ano há uma exceção nacional e nós tivemos novamente uma ampliação dos casos notificados e também confirmados e isso está acontecendo de forma nacional e fez com que o Estado decretasse estado de emergência em dengue”, completou. 

De acordo com o gestor, além dos estados vizinhos, o crescimento de registros da doença vem sendo observado até mesmo em locais que não têm histórico da doença, como é o caso do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, regiões de clima mais ameno. “Estão enfrentando agora epidemias”, afirmou Miguel Duarte Neto.  

No entanto, ao comentar os gráficos do Espírito Santo, ele apontou que há tendência de estabilidade: “Não dá para falar ainda que os casos estão em redução, mas já é a terceira semana que deve fechar em estabilização e pequena queda”, projetou o convidado. 

Vacinação

Sobre a vacinação contra a dengue, disse que, da população-alvo formada por 145.718 capixabas, apenas 24.692 receberam as doses (14,89%), embora em alguns municípios o índice seja maior. Ele lembrou que a faixa etária que inicialmente era de 10 a 11 anos passou para 10 a 14. Agora, por registrar baixa adesão, o Ministério da Saúde decidiu ampliar o número de municípios no país contemplados com o imunizante. Assim, mais alguns municípios do Estado devem passar a ofertar o imunizante – hoje a vacinação é realizada em 23 cidades. 

Óbitos

Se o número de casos está maior, a letalidade vai no caminho contrário, apontam os dados da Sesa. Tomando como base a comparação entre as primeiras 11 semanas epidemiológicas de 2023 e 2024, o número de óbitos caiu de 31 para 10. Na análise do gestor da Sesa, isso se deve às ações preventivas conduzidas pelo Estado desde o final do ano passado. 

“Importante citar que 80% dos criadouros de dengue estão nas residências, então o foco do mosquito é na residência, atrás de geladeira, pneu, copos deixados no pátio, pequenos pedaços plásticos acumulam água e a gente tem essa situação que hoje está espalhada no Brasil inteiro”, frisou. 

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