SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A rodovia Presidente Dutra terá em funcionamento no primeiro trimestre do ano que vem 21 radares de passagem livre pelo sistema free flow, em um trecho de 25 quilômetros entre Arujá (km 230), município da região metropolitana de São Paulo, e a capital paulista (km 205).
Desde o mês passado seis estruturas destes pedágios já começaram a ser instaladas, uma delas no km 210, em Guarulhos.
Os equipamentos ficarão nas novas entradas e saídas das pistas marginais para as expressas, em construção atualmente. A cobrança começará quando as obras forem entregues.
Por esse modelo, em vez de uma praça de pedágio com cancelas, são usados pórticos com câmeras capazes de identificar as placas de veículos em movimento ou o sinal das tags (do mesmo tipo usado em pedágios convencionais e estacionamentos de acesso sem parada).
Para veículos com tags válidas, a cobrança é feita automaticamente pela operadora contratada.
Quem não conta com esse dispositivo colado no para-brisa tem até 30 dias para fazer o pagamento.
Responsáveis pelas rodovias devem criar canais digitais, como sites e aplicativos, ou mesmo locais físicos, para que o usuário consiga fazer o pagamento do pedágio.
Atualmente há três estruturas semelhantes para cobrança no estado de São Paulo, todas em rodovias estaduais.
A Dutra, que faz a ligação entre São Paulo e o Rio de Janeiro, é a primeira estrada federal que cruza municípios paulistas com esse tipo de sistema, mas a cobrança será diferente.
Enquanto nas rodovias estaduais o motorista paga tarifa cheia quando passa por um pórtico, na Dutra a cobrança será feita sempre que o motorista sair da pista expressa para a marginal ou vice-versa.
O formato da cobrança e os preços ainda estão sendo discutidos pela concessionária com a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
Ainda não foi definido se será cobrada tarifa dinâmica, ou seja, por trecho percorrido, ou cheia de quem entra ou sai da via expressa no trecho com free flow.
O motorista será informado do preço a pagar sempre que sair da pista expressa, mas a concessionária Rio-SP, responsável pela estrada e pelas obras, ainda não disse como será disponibilizada a informação.
A praça de pedágio tradicional que existe atualmente em Arujá não será desativada. O motorista que pagar tarifa ali (atualmente de R$ 4,40) e seguir para São Paulo sem sair para as pistas marginais não será cobrado pelo sistema de passagem livre. O mesmo vale para quem seguiu da capital paulista sentido Rio de Janeiro.
“O conceito de free flow na região metropolitana de São Paulo refere-se a um sistema de gestão de tráfego que permite aos motoristas escolherem entre a pista expressa ou a pista marginal, dependendo das condições de trânsito”, afirma a concessionária.
“Esse sistema visa otimizar o fluxo de veículos, oferecendo uma alternativa mais rápida e eficiente de deslocamento, ao mesmo tempo em que reduz congestionamentos e melhora a mobilidade urbana”, diz.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, no primeiro mês de funcionamento do free flow na SP-333 (rodovia estadual Laurentino Mascari), em Itápolis (SP), foram registradas cerca de 12 mil evasões, que vão proporcionar multas de trânsito por não pagamento de pedágio. O número representa cerca de 8,4% do tráfego de 143 mil veículos no local em 30 dias.
O trecho onde funcionarão os 21 pórticos de radares na Dutra está em obras. De acordo com a CCR Rio-SP, elas visam aumentar a capacidade de tráfego.
Além de pistas marginais, estão sendo construídos três novos viadutos de ligação da Dutra à rodovia Fernão Dias, uma nova chegada à capital paulista por meio de um viaduto ligando a pista expressa à ponte do Tatuapé, na zona leste, e uma nova ligação com a rodovia Hélio Smidt, principal acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Também será feita a ampliação das pistas expressas, nos dois sentidos, entre os km 219 (acesso ao aeroporto de Guarulhos) até o km 231, chegada à capital paulista. O custo da obra é estimado em R$ 1,4 bilhão.