Desemprego no Brasil atinge 6,1% em novembro, o menor nível desde 2012, aponta IBGE

Foto: Paulo Pinto/ABr

O Brasil alcançou a menor taxa de desemprego desde 2012, com a desocupação caindo para 6,1% em novembro de 2024. O dado, divulgado pela pesquisa PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reflete uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 1,4 ponto percentual se comparado ao mesmo período de 2023, quando a taxa era de 7,5%. Este é o menor índice desde o início da série histórica, em 2012.

A queda no desemprego representa 6,8 milhões de brasileiros sem trabalho, o menor número desde o fim de 2014. Em comparação com o trimestre de agosto de 2024, 510 mil pessoas saíram da desocupação, enquanto em relação ao ano passado, o número foi ainda mais expressivo, com 1,4 milhão de brasileiros retornando ao mercado de trabalho.

Recordes no mercado de trabalho

Além da queda histórica na taxa de desemprego, a pesquisa revelou números impressionantes sobre a ocupação. O número de pessoas ocupadas no Brasil atingiu 103,9 milhões, estabelecendo um novo recorde. Este aumento reflete uma recuperação expressiva desde o pico da crise provocada pela pandemia de Covid-19, quando o número de ocupados caiu para 82,6 milhões em agosto de 2020. Desde então, a ocupação no país cresceu 25,8%, com 21,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

Outro dado relevante foi o recorde de empregados no setor privado, que atingiu 53,5 milhões, e de trabalhadores com carteira assinada, que somaram 39,1 milhões. No setor público, 12,8 milhões de pessoas estavam empregadas. O nível de ocupação também foi recorde, alcançando 58,8%, ou seja, a maior proporção de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando desde o início da série histórica.

Informalidade e aumento da geração de empregos

Apesar dos avanços, a taxa de informalidade ainda é significativa, com 38,7% da força de trabalho, o que corresponde a 40,3 milhões de pessoas. No entanto, essa taxa apresentou uma leve queda em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2023.

O crescimento da ocupação foi impulsionado por vários setores da economia. A Indústria e a Construção lideraram, com aumentos de 2,4% e 3,6%, respectivamente. A Administração Pública e o setor de Serviços Domésticos também contribuíram com altas significativas, empregando milhares de pessoas. No total, as quatro áreas mais destacadas geraram quase 1 milhão de novos postos de trabalho.

Em comparação com 2023, setores como Comércio, Transporte, Serviços Financeiros e Saúde também demonstraram crescimento, somando 3,5 milhões de novas vagas no mercado de trabalho.

Rendimento e perspectivas

O rendimento médio real habitual no Brasil foi de R$ 3.285, estável em relação ao trimestre anterior, mas com um aumento de 3,4% quando comparado ao ano passado. A massa de rendimento também atingiu um novo recorde, com R$ 332,7 bilhões, refletindo um crescimento de 7,2% no ano.

Os dados indicam um panorama promissor para 2024, com o IBGE projetando que o mercado de trabalho brasileiro continuará a expandir, especialmente com o aumento de empregados formais e informais.

Sobre a PNAD Contínua

A PNAD Contínua é a principal pesquisa do IBGE sobre o mercado de trabalho no Brasil, com uma amostra de 211 mil domicílios em 3.500 municípios. A pesquisa é realizada trimestralmente por cerca de 2 mil entrevistadores em todo o país.

Em resumo, os dados do IBGE refletem um cenário de recuperação no mercado de trabalho brasileiro, com a taxa de desemprego no nível mais baixo em mais de uma década e um aumento significativo na ocupação, principalmente no setor privado e formal. O Brasil segue avançando na retomada de sua força de trabalho, embora desafios como a informalidade ainda persistam.

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