O deputado estadual João Coser (PT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) nesta segunda-feira (11) para enfatizar a urgência de políticas públicas voltadas para as populações mais vulneráveis do estado. A fala acontece em antecipação ao Dia Mundial dos Pobres, celebrado no próximo domingo (17), com o tema deste ano sendo “Ouve o meu clamor”, instituído pelo Papa Francisco em 2016. Coser destacou dados alarmantes sobre pobreza e desigualdade no Espírito Santo, apelando para o engajamento de toda a sociedade.
Segundo o deputado, dados recentes do IBGE revelam que o Espírito Santo conta com 516 favelas e comunidades urbanas, abrigando aproximadamente 598 mil pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente nos municípios de Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória. “É uma população majoritariamente formada por mulheres, jovens, negros e pardos. Esse perfil reflete muito da estrutura social que ainda prevalece em nosso estado”, pontuou Coser.
Além da questão habitacional, Coser destacou o aumento do número de pessoas em situação de rua, conforme apontado em pesquisa do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Vitória, Vila Velha, Serra e Guarapari concentram as maiores populações de rua, reforçando a urgência de medidas contra a fome e a pobreza extrema. “O vazio da fome é uma realidade para mais de 300 mil famílias capixabas. É inadmissível ver essa situação em um estado considerado rico”, declarou.
O parlamentar também enalteceu o trabalho de figuras públicas como o padre Júlio Lancellotti, de São Paulo, conhecido por sua atuação ao lado dos menos favorecidos. Ele lembrou que a luta contra a “arquitetura hostil” — medidas urbanas para afastar pessoas em situação de rua de locais públicos — ganhou força e virou lei graças à iniciativa do senador Fabiano Contarato (PT).
Ao final do discurso, Coser apelou para a solidariedade da população capixaba e convidou os presentes a contribuírem com a campanha “Paz e Pão” da Arquidiocese de Vitória, que realiza ações contínuas de combate à fome. “Não fechemos os olhos para os pobres do Espírito Santo. Qualquer contribuição é importante e ajuda na distribuição de alimentos para os mais necessitados”, concluiu.