SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Voltou a chover em São Paulo nesta sexta-feira (18), quando a Defesa Civil atualizou seu alerta de chuva para o fim de semana, com acumulado ainda maior que o previsto no estado.
A chuva volta sete dias após temporais provocarem apagão e mortes em São Paulo. Na tarde desta sexta, algumas regiões do estado enfrentaram precipitações com maior intensidade. Defesa Civil, governo e prefeituras acompanham a situação.
Pouco depois das 16h, a Defesa Civil paulista informou que havia chuva se espalhando pela região de Presidente Prudente, com raios e vento. Essa precipitação avançou pelo estado, como para as regiões de Limeira, Piracicaba e Poços de Caldas, por exemplo.
Na capital, a precipitação começou pouco antes das 18h, com garoa e chuviscos nas zonas leste e sul e na região central.
Na tarde desta sexta, porém, a Defesa Civil atualizou a previsão para tempestades até domingo (20), com previsão de aumento no volume de chuvas. “O alerta é motivado pela passagem de uma frente fria, que trará precipitações significativas”, diz.
O acumulado de chuvas no final de semana, que era de 200 milímetros, pode chegar a 250 milímetros em diversas regiões do estado.
Outra alteração é o período do acumulado que era de 72 horas e passou para 24 horas.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a chegada de uma frente fria criou condições para temporais com raios e queda de granizo em todo o território paulista. Eles tendem a se intensificar no sábado (19), com destaque para Araçatuba, Bauru, Campinas, Franca, Barretos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba e Serra da Mantiqueira.
Na região metropolitana, a precipitação deve ficar em 95 mm. Um pouco menos que o esperado para a Baixada Santista e o Vale do Paraíba, onde a previsão é o acumulado de 100 mm. No litoral norte, deve chover até 150 mm. Todos esses valores são superiores aos registrados na semana passada.
Em todo o estado, rajadas de vento chegam com a chuva. Segundo a Defesa Civil, elas podem atingir até 60 km/h em alguns locais. Na região metropolitana, porém, é esperado que o pico fique em 45 km/h. Na última semana, as rajadas atingiram 107,6 km/h, maior número já registrado na capital.
A situação de sexta passada, responsável por um apagão, não deve se repetir. No entanto, para evitar surpresa, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) terá uma equipe no centro de operações da Enel concessionária responsável pela distribuição de energia para acompanhar a resposta da empresa ao clima adverso. Ainda será montado um gabinete de crise no Palácio dos Bandeirantes.
A Prefeitura de São Paulo também se mobiliza ante a possibilidade de um novo temporal. A gestão Ricardo Nunes (MDB), que resolveu até cancelar suas agendas a partir desta quinta, deixará de prontidão cerca de 4.000 servidores para auxiliar numa possível situação emergencial.
É consenso no Edifício Matarazzo, no entanto, se responsabilidade da Enel evitar um novo caos. Em caso de problemas, todo ônus deve ficar com a distribuidora, dizem pessoas próximas ao prefeito.
UMA SEMANA DO APAGÃO
Após uma tempestade na sexta-feira (11), um blecaute atingiu a região metropolitana de São Paulo. Mais de 3,1 milhões de pessoas ficaram no escuro, segundo a Enel, responsabilizada pelo poder público após o ocorrido.
O presidente da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, anunciou nesta quinta-feira (17) o fim da crise. No entanto, havia ainda 36 mil imóveis sem luz -número considerado perto da normalidade pela empresa.
**Clientes afetados**
3,1 milhões
**Rede Afetada**
17 linhas de alta tensão
11 subestações
221 circuitos de média tensão
105 transformadores
251 postes
1.492 vegetação
Enel é responsável pela distribuição de energia elétrica na capital e 24 municípios situados na região metropolitana de São Paulo, em uma área total de 4.526 km². A estrutura soma 163 subestações e 42 mil km de redes de transmissão, abastecendo cerca de 8,2 milhões de usuários diariamente.
Temendo a força da tempestade desta sexta, paulistanos realizaram podas por conta própria, encheram baldes dágua e compraram suprimentos para encarar possíveis dias sem luz.