Corrida é quase um detalhe na balada luxuosa da F1 em Singapura

SINGAPURA (FOLHAPRESS) – Com uma atuação dominante, o inglês Lando Norris venceu neste domingo (22) o GP de Singapura de F1. O piloto da McLaren largou na pole, não deixou chance para Max Verstappen ameaçar sua posição e conduziu, praticamente, de ponta a ponta. O holandês da Red Bull cruzou a linha de chegada em segundo, enquanto Oscar Piastri, companheiro de equipe de Norris, completou o pódio.

Com a vitória, o piloto da McLaren diminuiu a diferença para o líder da temporada. Agora, 52 pontos separam os dois. A próxima etapa será disputada no dia 21 de outubro, nos Estados Unidos.

Eufórico com a vitória em Singapura, Norris deixou seu carro exausto após aquela que é considerada a corrida com o maior desgaste físico e psicológico da temporada. Com o calor de 31º e umidade acima de 70%, vencer a corrida é uma demonstração de resistência, pois esse tipo de clima desafia a concentração dos pilotos ao mesmo tempo em que o suor excessivo pode fazê-los perder até 3 kg.

Essa é uma preocupação que passa longe da cabeça dos mais de 250 mil fãs –considerando os três dias de evento– espalhados em diversos pontos de concentração do circuito de rua Marina Bay. A pista em que a F1 realiza a primeira corrida noturna a ser incorporada ao campeonato, desde 2008, é o ponto central de um megaevento que combina esporte, luxo e entretenimento.

Ao longo de três dias, fãs acompanharam apresentações em 12 palcos espalhados pela cidade-estado, com opções acessíveis ao público geral e festas exclusivas, restritas a convidados, como a experiência “Amber Lounge”, promovida pela própria F1, que atrai a elite global, celebridades, membros da realeza e nomes prestigiados do automobilismo.

Em Singapura, a festa dos principais VIPs ocorre simultaneamente no The Clifford Pier, no renomado The Fullerton Bay Hotel, e em um iate, o Nomad Fly, de 65 pés, ancorado à beira da pista.

Alguns pacotes de hospitalidade também oferecem experiências com os pilotos da F1. A equipe Ferrari, por exemplo, mantém uma parceria com o icônico hotel de três torres Marina Bay Sands, que, além de se iluminar com luzes vermelhas, oferece o serviço “Scuderia Ferrari All-Access”, que custa US$ 100 mil (R$ 541 mil) e inclui uma estadia de quatro noites, além de acesso à festa privada promovida pela escuderia de Charles Leclerc e Carlos Sainz.

Outra opção exclusiva são os pacotes “Zhou Guanyu e Yuki Tsunoda Experience”, nos quais os fãs podem conhecer os pilotos pessoalmente. Esses pacotes custam S$ 46.500 (R$ 251 mil) para o encontro com o piloto chinês e S$ 50.000 (R$ 270 mil) no caso do piloto japonês, os únicos asiáticos do atual grid da F1 e responsáveis por atrair muitos fãs para a corrida.

Depois da primeira parte do Mundial, com corridas no Bahrein, Arábia Saudita, Austrália, Japão e China, a categoria passou quatro meses longe da Ásia e da Oceânia, com etapas na Europa e nos Estados Unidos. O tempo distante também ajuda a despertar um interesse maior dos fãs orientais.

Além das festas de luxo e experiências com altos preços, a F1 também levou artistas como OneRepublic, Kylie Minogue, Lenny Kravitz, Dean Lewis e The Corrs realizaram apresentações para o público geral.

Recentemente, a cidade-estado renovou seu contrato com a F1 por mais sete anos, estendendo o vínculo até 2028. Estima-se que o valor total para organizar o GP de Singapura seja de US$ 120 milhões (R$ 650 milhões), dos quais 60% são subsidiados pelo governo.

Apesar dos altos custos, a prova gera retornos significativos em termos de turismo internacional. De acordo com dados do Ministério do Comércio e Indústria de Singapura, o evento atraiu mais de 550 mil estrangeiros desde sua estreia, em 2008.

Além disso, o prestígio de sediar uma etapa da F1 contribui para reforçar a imagem de Singapura como um destino para outros eventos globais.

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