O Brasil se prepara para apresentar uma nova e mais ambiciosa meta de redução das emissões de gases de efeito estufa durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que ocorre no Azerbaijão a partir de 11 de novembro. Liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a delegação brasileira levará à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) um compromisso de cortar 67% das emissões até 2035, ampliando a meta anterior de 59%.
A meta, definida na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), é um passo decisivo para o Brasil avançar em direção à neutralidade climática até 2050. Desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, que limita o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o Brasil tem ajustado suas metas para responder ao desafio global de redução das emissões. A primeira NDC do país foi estabelecida em 2020, prevendo cortes de 37% até 2025 e 43% até 2030, sempre tendo como referência as emissões de 2005.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, essa revisão reforça o compromisso do Brasil com o aumento gradual da ambição climática, conforme estipulado pelo Acordo de Paris. “A nova meta representa um marco fundamental para promover um modelo de desenvolvimento sustentável, com ações integradas em políticas como o Plano Clima, Plano de Transformação Ecológica e o Pacto entre os Três Poderes pela Transformação Ecológica”, destaca a pasta em nota.
Para alcançar esses objetivos, o Plano Clima lista medidas de mitigação e adaptação até 2035, estruturadas em sete eixos de mitigação e 16 de adaptação. Entre as ações estão iniciativas como o Fundo Clima, Títulos Soberanos Sustentáveis, Eco Invest Brasil, além da Taxonomia Sustentável Brasileira e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, todos focados em apoiar financeiramente a transição ecológica.
Além disso, o Brasil reafirma o compromisso de combate ao desmatamento, considerando-o crucial para o cumprimento das metas climáticas. Outros programas relacionados incluem o Plano ABC+ (para agricultura sustentável), Plano Combustível do Futuro, Programa de Recuperação de Pastagem Degradada e o Plano de Transição Energética, que busca acelerar a adoção de energias renováveis.
Ao apresentar essa nova meta na COP29, o Brasil reafirma sua posição como um ator chave na luta global contra as mudanças climáticas e coloca-se à frente de um movimento mundial que exige responsabilidade e ação frente à crise ambiental. A expectativa é que esse anúncio traga maior visibilidade ao país e destaque seu papel de liderança em políticas sustentáveis no cenário internacional.
