Como o SeaWorld busca se reinventar após controvérsias sobre maus-tratos

ORLANDO, EUA (FOLHAPRESS) – Atividades inspiradas na vida marinha de todos os oceanos existentes moldam o SeaWorld, em Orlando (EUA), há mais de 60 anos —e elas vão de brinquedos tematizados à interação e atividades educativas com golfinhos, tubarões, pinguins e as famosas orcas, símbolos do parque.

A mais nova atração, inclusive, é inspirada no clima frio dos mares da Antártida. A Penguin Trek, montanha-russa temática, foi lançada em julho e deste ano e, logo na saída do passeio, o visitante imerge naquilo que se assemelha ao habitat dos pinguins.

Câmaras refrigeradas e portas de controle da temperatura interna para que o calor acima dos 30ºC do exterior —comum durante o verão— não interfira no clima, fazem parte do local que comporta cerca de 200 pinguins de seis espécies diferentes, segundo o parque. No entanto, não é possível tocá-los, os animais ficam protegidos.

Os outros animais do parque seguem em atividade, mas com alterações e redução na programação após o lançamento de “Blackfish”, documentário que denunciava maus tratos as orcas e aos outros animais do parque após a morte de uma treinadora por uma orca.

Nathalie Gil, presidente e diretora-executiva da Sea Shepherd Brasil, organização que defende a liberdade de animais marinhos em cativeiro, ressalta que mantê-los em tanques e espaços que simulam o habitat natural é uma prática artificial que limita suas capacidades naturais desses bichos.

“Esses animais possuem companheiros e uma enorme capacidade social, que é restringida em ambientes artificiais”, afirma Gil, que também destaca que os espaços destinados a esses animais frequentemente não têm o tamanho adequado para suas necessidades.

Animais que passam longos anos em cativeiro, ou que até mesmo nascem nesses espaços, dificilmente podem voltar a viver na natureza. A solução de organizações que defendem a vida animal, no entanto, é colocar esses animais em santuários e substituir a experiencia animal por tecnologias.

De acordo com o SeaWorld, a participação desses animais que hoje vivem no parque nas apresentações é completamente voluntaria. “Cada apresentação é diferente da outra, podendo até ser cancelada sem aviso prévio ou encerrada antes do previsto”, informam.

Hoje, o SeaWorld afirma trabalhar exclusivamente com animais que nasceram em cativeiro ou que foram classificados como inaptos a retornar para o ambiente selvagem. O cuidado é feito em parceria com a Associação de Zoológicos e Aquários (AZA) e o Programa de Sobrevivência de Espécies (SSP, sigla em inglês).

Esses animais vivem em centro de resgate e reabilitação que oferece um tour sobre os esforços para a conservação do parque, que pode ser incluída no roteiro.

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