Por Marcelo Rossoni
Ex-governador pode ser o trunfo na sucessão de Renato Casagrande
Em um cenário político cada vez mais polarizado e imprevisível, o nome de Paulo Hartung surge como uma figura de destaque no tabuleiro eleitoral no Espírito Santo, com o anúncio de sua provável filiação ao partido de Gilberto Kassab, o PSD.
Sem movimentos ostensivos ou declarações bombásticas, o ex-governador do Espírito Santo tem sido lembrado com frequência nas pesquisas de opinião pública, reacendendo especulações sobre seu possível retorno à política ativa. Mas afinal, para onde vai Paulo Hartung? E qual o seu papel na sucessão do atual governador, Renato Casagrande?
Com uma trajetória política sólida e reconhecida, Hartung tem o potencial de embaralhar as cartas na corrida eleitoral. Seja como candidato ao governo do estado, disputando espaço com nomes como Ricardo Ferraço, vice de Casagrande, ou como postulante a uma vaga no Senado, ele pode fechar as portas para a reeleição de figuras como Marcos do Val e Fabiano Contarato. Sua experiência e popularidade são trunfos que não podem ser ignorados.
Paulo Hartung não é um nome qualquer na política brasileira. Economista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), ele construiu uma carreira marcada pela eficiência e pela capacidade de gestão. Em 2002, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi eleito governador do Espírito Santo ainda no primeiro turno, assumindo um estado à beira do colapso financeiro. Com folhas de pagamento atrasadas e contas públicas descontroladas, Hartung implementou um rigoroso programa de controle de gastos, recuperando as finanças estaduais e conquistando a confiança da população.
Sua gestão foi tão bem avaliada que, em 2006, ele se reelegeu com a maior votação percentual do país, desta vez pelo PMDB. Em 2014, Hartung voltou a disputar o governo do estado, derrotando o então governador Renato Casagrande (PSB) e assumindo seu terceiro mandato em 2015. Ao longo de seus governos, o Espírito Santo experimentou avanços significativos em áreas como segurança pública, educação e infraestrutura, consolidando Hartung como um dos administradores mais competentes do Brasil.
Após deixar o governo em 2018, Paulo Hartung não desapareceu do radar. Pelo contrário, sua atuação ganhou projeção nacional. Atualmente, ele comanda a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais. Além disso, Hartung é conselheiro de instituições de peso, como o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e o RenovaBR, organização dedicada à formação de novas lideranças políticas.
Sua expertise em gestão pública também o tornou um palestrante requisitado em eventos por todo o país. Hartung compartilha sua experiência em administração e políticas públicas, inspirando novos líderes e contribuindo para o debate sobre o futuro do Brasil. Sua participação em iniciativas como o Todos Pela Educação e o Conselho Consultivo de Educação do Estado de São Paulo, indicado pelo Instituto Ayrton Senna, reforça seu compromisso com causas sociais e educacionais.
A possível candidatura de Paulo Hartung em 2026 não é apenas uma especulação midiática. Trata-se de uma possibilidade real que pode alterar completamente o cenário político do Espírito Santo. Com um histórico de gestão eficiente e uma imagem positiva perante o eleitorado, Hartung tem todas as credenciais para se tornar um candidato competitivo, seja ao governo do estado ou ao Senado.
Sua entrada na disputa poderia atrair eleitores de diferentes espectros políticos, consolidando-o como uma figura de consenso em um momento de polarização crescente. Além disso, sua experiência na iniciativa privada e em organizações de relevância nacional ampliam seu apelo, mostrando que ele não é apenas um político, mas um gestor com visão estratégica.
Enquanto Paulo Hartung mantém um perfil discreto, sua presença nas pesquisas e o respeito que conquistou ao longo de sua carreira sugerem que ele ainda tem muito a contribuir para a política brasileira. Seu retorno pode representar uma oportunidade para o Espírito Santo e para o país, trazendo de volta um modelo de gestão pautado pela eficiência e pelo compromisso com o bem público.
A pergunta que fica é: Quo Vadis, Paulo ? Para onde ele irá e qual será seu próximo movimento? Enquanto isso, o cenário político aguarda ansiosamente por uma definição, sabendo que, seja qual for a decisão, ela terá um impacto significativo no futuro do estado e do país.
Marcelo Rossoni é jornalista.