China repercute COP29 enfatizando contraste com EUA de Trump

PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – Encerrada a COP29, conferência do clima das Nações Unidas realizada no Azerbaijão, a China busca contrastar com os Estados Unidos de Donald Trump, que assume em janeiro, e se apresenta como nação responsável nas ações voltadas à mudança do clima.

O Renmin Ribao ou Diário do Povo, principal porta-voz do Partido Comunista, destacou na edição desta segunda (25) que “não importa como mudarem as circunstâncias internacionais, a determinação e as ações da China não vacilarão”.

O comentário afirma que “abordar as mudanças climáticas requer cooperação entre as principais potências” e que “China e EUA foram os primeiros a ratificar o Acordo de Paris”. Trump ameaça abandonar o acordo, como já havia feito no primeiro mandato.

O Diário do Povo anota que a brasileira Ana Toni, secretária nacional de mudança do clima, teria declarado que “a série de atividades da China durante a COP29 demonstrou sua firme determinação em abordar as alterações climáticas e a sua vontade de partilhar experiências de desenvolvimento, mostrando sua responsabilidade como país”.

Na mesma linha, o influente portal Guancha, de Xangai, destacou entrevista com o ex-diretor-executivo do programa ambiental da ONU, Eric Solheim, sob a manchete, entre aspas, “Se os EUA não quiserem aderir, que sejam os maiores perdedores do mundo”.

Para Solheim, também ex-subsecretário-geral da ONU, “se tem um país que está causando um problema climático maior que qualquer outro no mundo, são os Estados Unidos”.

Serve como resposta às pressões enfrentadas pela China na COP29 por liderar nas emissões de carbono hoje, embora continue distante da contribuição cumulativa americana.

O acordo no Azerbaijão só teria sido possível após o vice-ministro chinês da Ecologia e do Ambiente, Zhao Yingmin, ter se reunido com alguns dos principais países em desenvolvimento, que não queriam assinar o documento final.

A agência estatal de notícias Xinhua ressaltou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, esperava “resultado mais ambicioso, mas o acordo dá uma base sobre a qual construir”.

De Zhao, citou a declaração de que “a China, como um grande país em desenvolvimento responsável, promoverá firmemente a cooperação internacional sobre as mudanças climáticas, independentemente da forma como o panorama global evoluir”, também referência a Trump.

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