SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A chance de Fernanda Torres ser indicada ao Oscar aumentou na última semana graças à torcida dos brasileiros nas redes sociais, diz Rodrigo Teixeira, produtor do filme “Ainda Estou Aqui”, que tenta uma vaga entre os nomeados da premiação à categoria de melhor longa-metragem internacional.
Segundo o produtor, isso ficou claro após o engajamento que uma foto de Torres obteve no perfil do Oscar no Instagram, o The Academy. A brasileira recebeu 2,8 milhões curtidas, cerca de 50 vezes mais que a americana Demi Moore, outra possível indicada à categoria de melhor atriz no Oscar com “A Substância”.
“Já se percebeu, nos Estados Unidos, que Fernanda gera audiência. A Academia está observando. A possibilidade de uma indicação para ela aumentou”, diz Teixeira, por telefone.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos é o grupo de realizadores do Oscar que escolhem os filmes indicados e depois elegem os vencedores. O próprio Teixeira é um dos votantes, desde 2016 ele produziu filmes aclamados como o terror alternativo “A Bruxa”, de 2015, e “Me Chame Pelo seu Nome”, de 2018, que lançou o ator Timothée Chalamet à fama.
Teixeira diz que “Ainda Estou Aqui” representa uma chance que o Brasil não tinha no Oscar há tempos. O filme conta a história real de Eunice Paiva, mulher de Rubens Paiva, ex-deputado que foi preso e morto pela ditadura militar. Interpretada por Torres, a mulher se vê tendo de criar os cinco filhos sozinha após o sumiço do marido.
O diretor, Walter Salles, já levou uma artista brasileira ao Oscar, Fernanda Montenegro, a única mulher do país a ter concorrido à estatueta de melhor atriz por “Central do Brasil”, em 1999.
“Walter já tem uma história em Hollywood. Existe respeito pela obra dele. É natural que a Academia se interesse pela nova obra dele, como é com o mexicano Guillermo Del Toro e o francês Jacques Odiard, por exemplo”, diz Teixeira.