Candidatos têm estratégias diferentes em relação a Lula e Bolsonaro em Aracaju, João Pessoa e Natal

RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – Candidatos às prefeituras de Aracaju, João Pessoa e Natal realizam movimentações em busca de novos apoios na disputa do segundo turno. As três cidades fazem parte do rol de quatro capitais do Nordeste que não elegeram o novo prefeito no primeiro turno, assim como Fortaleza.

Na capital potiguar, a disputa final está entre os deputados federais Paulinho Freire (União Brasil), apoiado pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos), e Natália Bonavides (PT), aliada da governadora Fátima Bezerra (PT). Paulinho recebeu 44% dos votos válidos, e a petista, 28,4%.

Natália tem vinculado sua imagem à do presidente Lula na propaganda eleitoral de rádio e televisão. A candidata esteve na semana passada em Brasília para realizar gravações com o petista, que estará em Natal nesta quarta-feira (16) para um comício a fim de impulsionar a campanha do PT na cidade.

Terceiro colocado no primeiro turno, com 23,9% dos votos válidos, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD) anunciou, na sexta-feira (11), posição de neutralidade na etapa final da eleição. Ele teceu críticas a Paulinho Freire, mas não se posicionou a favor de Natália Bonavides.

“Foi uma campanha difícil. A gente enfrentou as três esferas de governo, a gente enfrentou os maiores partidos políticos, os maiores medalhões do Rio Grande do Norte”, disse o ex-prefeito, na ocasião.

Jair Bolsonaro (PL) apoia Paulinho Freire na disputa em Natal, mas não deve ir à cidade até o segundo turno.

A situação é a mesma em Aracaju, onde a vereadora Emília Corrêa (PL) tem priorizado as discussões da cidade ao invés de se associar ao ex-presidente, que perdeu para Lula na cidade em 2022.

Para tentar evitar a vitória de Emília, o PT, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, anunciou apoio a Luiz Roberto (PDT) no segundo turno.

O candidato é apoiado pelo atual prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT), e pelo governador Fábio Mitidieri (PSD). O pedetista, porém, não tem intenção de se vincular a Lula na reta final da campanha, segundo informações de bastidores. No primeiro turno, a candidata do PL obteve 41,6% dos votos válidos, ante 23,8% de Luiz Roberto.

O grupo governista tentou nos bastidores atrair o apoio da deputada federal Yandra Moura (União Brasil), terceira colocada no primeiro turno com 14,4% dos votos válidos. Entretanto, a parlamentar declarou, nesta segunda-feira (14), que ficará neutra na disputa final.

“Não tenho condições nem desejo de subir no mesmo palanque das pessoas que me agrediram de forma tão baixa durante essa campanha, utilizando ataques pessoais e insultos”, disse Yandra, filha do ex-deputado federal André Moura, nesta segunda-feira (14).

Diferentemente de Emília Corrêa e Paulinho Freire, o candidato a prefeito de João Pessoa pelo PL, Marcelo Queiroga, busca a associação a Bolsonaro mesmo no segundo turno da disputa. O ex-ministro da Saúde fará um ato público junto ao ex-presidente ainda nesta semana. A previsão é que o ato aconteça no dia 17.

Queiroga obteve 21,7% dos votos válidos, enquanto o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) ficou em terceiro lugar com 16,7%. Após a derrota, ele anunciou apoio a Queiroga na nova etapa da disputa. Nos bastidores, havia expectativa de que quem dos dois avançasse apoiasse o outro.

Por sua vez, o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT), que obteve 11,7%, não tomou lado no segundo turno, diferentemente do seu partido, que tornou público o apoio ao prefeito Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição, com o discurso de derrotar o bolsonarismo na capital paraibana.

O atual prefeito teve 49,16% dos votos válidos e quase conseguiu a vitória no primeiro turno. A campanha de Cícero Lucena atribui, nos bastidores, o fato de não ter vencido no primeiro turno à operação da Polícia Federal que apura suposto aliciamento violento de eleitores junto com facções criminosas.

O episódio inclusive levou à prisão da primeira-dama Lauremília Lucena uma semana antes da eleição. Ela foi solta ainda antes do primeiro turno.

Aliados dizem que Lucena não pretende fazer acenos claros ao eleitorado petista. O entorno do prefeito considera natural a migração de votos, já que o oponente é do partido de Bolsonaro.

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