Um estudo realizado pela Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado, entre julho e agosto de 2024, revelou que o Brasil se destaca globalmente no que diz respeito à preocupação com o desperdício de alimentos. A pesquisa, parte do “ESG Global Market Research”, entrevistou quase 9.000 pessoas em 15 países e comparou os hábitos e pensamentos dos brasileiros com os de outros países da América do Norte, Europa e Ásia.
O Brasil lidera a pesquisa com 92% de entrevistados afirmando que consideram importante evitar o desperdício de alimentos. Além disso, 86% dos brasileiros afirmam que tomam medidas para reduzir esse desperdício em seu dia a dia, colocando o país no topo do ranking nesse quesito.
No entanto, o estudo também revelou um paradoxo em relação a outra prática sustentável: a separação e reciclagem de resíduos. Embora 90% dos brasileiros considerem essa prática importante, apenas 68% afirmaram que realmente a executam. Isso coloca o Brasil em 13º lugar no ranking global, com uma diferença de 22 pontos percentuais entre o que os brasileiros pensam e o que efetivamente fazem, o maior descompasso entre os países pesquisados, ficando à frente apenas dos Estados Unidos e da Tailândia.
O impacto financeiro nas escolhas do consumidor
O estudo também revelou que os brasileiros tendem a adotar práticas sustentáveis mais vigorosamente quando percebem um impacto financeiro direto. O desperdício de alimentos, que gera uma perda econômica imediata, é uma questão que desperta maior atenção no país.
Silvio Pires de Paula, fundador e presidente da Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado, comentou sobre o fenômeno: “Os resultados mostram que os brasileiros estão conscientes da importância de mudanças comportamentais para evitar impactos negativos ao meio ambiente. No entanto, essa conscientização se intensifica quando há uma percepção clara de que essas práticas podem resultar em economia financeira.”
Esses dados destacam o comportamento do consumidor brasileiro, que, apesar de sua alta consciência ambiental, ainda enfrenta desafios para alinhar suas atitudes com suas crenças quando o impacto não é tão diretamente percebido no bolso.