A Beija-Flor de Nilópolis é a grande campeã do carnaval do Rio de Janeiro em 2025. A tradicional escola da Baixada Fluminense garantiu seu 15º título ao emocionar o público com um desfile em homenagem a duas figuras icônicas da festa.
Com o enredo Laíla de Todos os Santos, a agremiação celebrou a história do diretor de carnaval Laíla, falecido em 2021, cuja contribuição foi fundamental para o sucesso da própria Beija-Flor e do carnaval carioca. O desfile também marcou a despedida de Neguinho da Beija-Flor como cantor oficial da escola, após 50 carnavais.
Grande Rio e Imperatriz completam o pódio
A Grande Rio ficou com o vice-campeonato com o enredo Pororocas Parawaras — As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós, trazendo um mergulho na cultura e nos mistérios do estado do Pará. Em terceiro lugar, a Imperatriz Leopoldinense apresentou Ómi Tútú ao Olúfon — Água fresca para o senhor de Ifón, que retratou a jornada de Oxalá até Oyó, o reino de Xangô.
Na outra ponta da tabela, a Unidos de Padre Miguel teve as piores notas e foi rebaixada para a Série Ouro. A escola da Zona Oeste havia retornado ao Grupo Especial neste ano e desfilou com o enredo Egbé Iyá Nassô, homenageando os 200 anos do primeiro terreiro de candomblé do Brasil.
A escola que será promovida para o Grupo Especial em 2026 será definida na quinta-feira (6), com a apuração da Série Ouro, que este ano foi transferida para um dia após a contagem das notas do Grupo Especial.
As campeãs retornam à Sapucaí no sábado
As seis primeiras colocadas voltam ao Sambódromo no sábado (8) para o Desfile das Campeãs. São elas:
- Beija-Flor
- Grande Rio
- Imperatriz Leopoldinense
- Viradouro
- Portela
- Mangueira
Como foi a apuração
A leitura das notas começou às 16h10 na Cidade do Samba, com o espaço lotado de torcedores. Antes do início, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) anunciou penalidades para algumas agremiações.
Mocidade, Salgueiro e Portela foram multadas em R$ 250 mil cada uma por levarem mais de 30 membros da diretoria à frente dos desfiles. A Unidos da Tijuca também foi penalizada em R$ 80 mil por ultrapassar o tempo para retirada das alegorias da pista.
Ao todo, 36 jurados avaliaram nove quesitos, com quatro notas para cada critério. A menor nota foi descartada, e as três restantes compuseram a média final. As notas variaram entre 9 e 10, com avaliações decimais.
A disputa nota a nota
O quesito Enredo abriu a apuração, e cinco escolas saíram na frente com nota máxima: Imperatriz, Paraíso do Tuiuti, Beija-Flor, Grande Rio e Mangueira. No critério Mestre-Sala e Porta-Bandeira, apenas quatro seguiram com notas 10, após a Mangueira perder um décimo.
A Grande Rio perdeu seu primeiro ponto no quesito Bateria, com um 9,9. Com isso, Beija-Flor, Imperatriz e Paraíso do Tuiuti seguiram na liderança. Na avaliação de Harmonia, a Beija-Flor e a Imperatriz continuaram invictas e dividiram a ponta em Alegorias e Adereços e Evolução.
O momento decisivo veio no quesito Fantasia, quando a Imperatriz perdeu um décimo e permitiu que a Beija-Flor assumisse a liderança isolada. A confirmação do título ocorreu com a nota de Samba-Enredo, onde a Imperatriz perdeu mais um ponto, sendo ultrapassada pela Grande Rio.
Polêmica na avaliação de samba-enredo
Uma situação inusitada aconteceu na avaliação do quesito Samba-Enredo. Uma das juradas marcou apenas a nota da Grande Rio no último dia de desfiles. Ao consultar o regulamento, a direção da Liesa decidiu repetir a mesma nota (10) para todas as outras escolas que se apresentaram naquela noite.
Com a vitória, a Beija-Flor reafirma sua força no carnaval carioca e celebra mais um título em sua história vitoriosa.