Arte e vida marinha dialogam em nova exposição em Vitória

As obras são de autoria do artista Rafael Segatto Barboza da Silva. Foto: Felipe Amarelo/Divulgação

A interseção entre a arte contemporânea e as águas que permeiam as vidas marinhas é o ponto central de “NADO – Experimentos para Corpos D’água”, nova exposição do artista Rafael Segatto Barboza da Silva. A mostra, intitulada “Linha-Mar”, será inaugurada neste sábado (12), no Museu do Pescador, localizado na Ilha das Caieiras, em Vitória. O projeto, que se desdobra ao longo de 2024, conta com uma programação diversificada, incluindo atividades educativas e rodas de conversa em outubro.

Inspiração no mar

Rafael, que além de artista é trabalhador do mar, revela que suas criações são profundamente influenciadas pelos ecossistemas aquáticos do arquipélago de Vitória. “A natação no mar, o encontro com pescadores e os deslocamentos por regiões costeiras são métodos fundamentais do meu trabalho”, explica o artista, que utiliza materiais orgânicos e inorgânicos coletados nesses ambientes para compor suas obras, que ele define como uma “arqueologia marítima não formal”. As peças incluem pinturas, esculturas e instalações.

“Linha-Mar”: arte em videoinstalação

A exposição “Linha-Mar” exibe as produções mais recentes de Rafael, realizadas desde 2020 e capturadas em vídeo. A mostra inclui três filmes apresentados como videoinstalação, com abertura oficial no Museu do Pescador, um importante espaço para a preservação da memória da comunidade pesqueira da Ilha das Caieiras.

“Estou muito feliz em compartilhar este projeto, que marca uma nova fase na minha carreira. A exposição propõe uma reflexão sobre a linha do mar como um ponto de encontro entre o mundo dos vivos e o dos mortos, onde vidas encantadas e reencantadas se entrelaçam por meio da arte”, afirma Rafael.

NADO: plataforma multidisciplinar

“NADO” é uma plataforma de arte contemporânea desenvolvida por Rafael, abrangendo filmes, exposições e um programa educativo. O mar é o eixo central do projeto, que busca explorar temas como cuidado ecológico e convivência interespécies. Além disso, a proposta conecta essas discussões às tradições afro-brasileiras, especialmente de origem banto, que veem o mar como um elemento vital capaz de regenerar vidas.

Com patrocínio do Grupo Águia Branca e apoio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (Licc), o projeto inclui uma série de atividades formativas voltadas para escolas e a comunidade local, promovendo a conscientização ecológica e o engajamento cultural.

Programação educativa e cultural

Entre os dias 21 e 25 de outubro, alunos da Escola Municipal Lenir Borlot, na Ilha das Caieiras, participarão da oficina “Um mergulho na nossa história”, ministrada pela bióloga Quenia Lyrio. O programa educativo tem consultoria de Gleyce Kelly Heitor, diretora de educação do Instituto Inhotim, que também estará presente na abertura da exposição e nas visitas guiadas.

Além disso, o projeto promove um Programa Público com atividades interativas no Museu do Pescador, voltadas para escolas, ONGs e o público geral. Uma roda de conversa com Ariana Nuala, curadora do Museu Afro Brasil, está programada para o dia 30 de outubro, com acessibilidade em libras.

Serviço

  • Abertura da exposição: 12 de outubro
  • Visitação: de 14 de outubro a 14 de novembro, das 9h às 17h
  • Local: Museu do Pescador, Ilha das Caieiras, Vitória, ES

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