SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Países europeus reagiram, nesta sexta-feira (7), às sanções que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicou ao TPI (Tribunal Penal Internacional) na véspera.
A ordem impõe sanções financeiras e de visto a indivíduos que auxiliem nas investigações do TPI sobre cidadãos dos EUA ou seus aliados como Israel, cujo primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, é alvo de um mandado de prisão da corte.
O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, afirma que a medida coloca a instituição em risco, enquanto a Holanda, que sedia o tribunal, lamentou a ordem. A Hungria, por sua vez, governada pelo ultradireitista Viktor Orbán, saudou as sanções e disse também reavaliar seu apoio à corte.
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“Sanções são a ferramenta errada. Elas colocam em risco uma instituição que deveria garantir que os ditadores deste mundo não possam simplesmente perseguir pessoas e iniciar guerras, e isso é muito importante”
Olaf Scholz
primeiro-ministro da Alemanha
“A Holanda lamenta a ordem executiva impondo sanções ao TPI. O trabalho do tribunal é essencial na luta contra a impunidade. Nosso país tem uma forte reputação e responsabilidade como país anfitrião de importantes instituições legais internacionais”
Caspar Veldkamp
ministro das Relações Exteriores da Holanda
“O TPI garante responsabilização por crimes internacionais e dá voz a vítimas em todo o mundo. Ele deve ser capaz de perseguir livremente a luta contra a impunidade global. A Europa sempre defenderá a justiça e o respeito ao direito internacional”
Ursula von der Leyen
presidente da Comissão Europeia
“A ordem executiva de Trump sobre o TPI efetivamente coloca os Estados Unidos do lado de criminosos de guerra em detrimento das vítimas de crimes graves em busca de justiça”
Liz Evenson
diretora de justiça internacional da Human Rights Watch
“A decisão de Donald Trump de impor sanções contra o Tribunal Penal Internacional é absolutamente compreensível. O TPI recentemente se degradou e se tornou uma ferramenta política tendenciosa, desacreditando todo o sistema judicial internacional. Suas decisões só contribuíram para agravar a incerteza em partes já difíceis do mundo. A Hungria também avalia a questão de sua cooperação com o TPI”
Szijjártó Péter
ministro das Relações Exteriores da Hungria